
.
![]() |
@jornaldelavras |
![]() |
@jornaldelavras |
![]() |
(35) 99925.5481 |
A serralha, muito popular e consumida por populações rurais, proporciona diversos benefícios à saúde que já haviam sido observados de forma empírica. Agora, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) testou e constatou que o extrato das folhas de serralha foi eficaz na repigmentação da pele, utilizando o zebrafish (Danio rerio), também conhecido como paulistinha ou peixe-zebra, como modelo biológico.
O vitiligo foi induzido nos peixes e, após testes de toxicidade com diferentes concentrações do extrato de serralha, foi desenvolvida uma emulsão (uma mistura entre um ou mais princípios ativos) considerada adequada, que não causava a morte ou nenhum tipo de deficiência nesses animais. A aplicação do extrato de serralha resultou na repigmentação das áreas afetadas da pele dos peixes.
Com a comprovação do resultado desejado no zebrafish, a equipe de pesquisa partiu para os testes em camundongos (Mus musculus). Os testes preliminares foram positivos, e novamente o extrato de serralha foi capaz de atuar na repigmentação da pele dos camundongos. Atualmente está sendo realizada a análise histológica dos camundongos, com o intuito de verificar se os órgãos do animal foram afetados pela concentração do extrato durante os testes.
Para o estudo foram analisados diferentes acessos da serralha, ou seja, exemplares da planta de diferentes localidades. Por meio de análises químicas do extrato da serralha, identificou-se que o ácido chicórico é o principal composto presente nos acessos analisados nesse estudo. Seus benefícios, inclusive, são relatados na literatura científica do meio, o que evidencia seu efeito anti-inflamatório. O estudo identificou, ainda, que o exemplar coletado em Itumirim (MG) é o que possui maior concentração de ácido chicórico. A pesquisa realizada na UFLA ainda busca entender se a propriedade de repigmentação da pele resulta da ação isolada do ácido chicórico, ou se a interação de outros compostos presentes nas folhas da serralha influenciam no resultado final.
A concentração do ácido chicórico pode variar em cada acesso da serralha, de acordo com a região em que ela é cultivada e com as condições do ambiente. Esses fatores afetam o metabolismo secundário da planta, que é responsável pela produção de seus compostos bioativos.
Além disso, o estudo analisou a plasticidade fenotípica da serralha, que se refere à ampla adaptação da planta a variações no ambiente. Ou seja, é uma planta que pode ser cultivada e sobrevive em diferentes regiões, apresentando resistência às mudanças climáticas e ajustando-se tanto às baixas quanto às altas temperaturas.
|
|
|