Carlito Maia 1924 – 2002
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Hoje, dia 19 de fevereiro, faz 100 anos que nasceu em Lavras, no ano de 1924, o publicitário ligado às artes, Carlos Maia de Souza, o Carlito Maia, como era conhecido nos meios artísticos e publicitário do país.
Carlito Maia nasceu na rua Sant'Anna, número 8, em um casarão ainda existente, onde hoje mora seu primo Ângelo Alberto de Moura Delphin, o Ângelo Delfino, museólogo.
Ele era filho de Benedito Carlos de Souza e de Dulce Moura Maia. Carlito era neto de Gastão da Costa Maia e de América do Brasil Republicano de Moura Maia. Na década de 30, foi para São Paulo, segundo suas palavras: "fui ainda moleque, lavador de xícara de café, rebelde, office-boy, contestador, reservista de segunda categoria, antifascista, sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), boêmio, despachante policial, corretor de seguros, despachante aduaneiro, tradutor público juramentado, além de bom vivant".
No dia de seu aniversário, 19 de fevereiro de 1954, quando fez 30 anos, seu irmão Hugo Maia de Souza o levou para prestar exame na Escola de Propaganda o Museu de Arte Moderna, quando passou em primeiro lugar. Formado, trabalhou na agência McCann-Erickson, onde foi responsável pela conta da Goodyer, trabalhou também em grandes empresas publicitárias, como a Atlas, onde ganhou seu primeiro prêmio - o "Souza Ramos", Norton, Alcântara Machado, Magaldi, Maia & Prosperi, onde lançou a "Jovem Guarda", "Calhambeque", etc, P.A. Nascimento, Estúdio 13, Esquire e, finalmente, na Rede Globo de Televisão.
Na maior emissora do Brasil ele trabalhou por 20 anos. Carlito foi gerente de Comunicação Social da Rede Globo de Televisão. Em 1978, foi eleito Publicitário do Ano. Carlito Maia foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), foi figura histórica do PT, tornou-se conhecido, entre outras grandes qualidades, por sua capacidade de criar frases inteligentes, mordazes, sobre todos os assuntos da atualidade.
Foi de sua autoria o símbolo "oPTei", usado em camisetas e adesivos por petistas de todo o País na década de 80. Também foi de sua autoria e em parceria com Paulo Tarso Santos o bordão "Lula-lá", que virou música de campanha. Seu nome foi emprestado para denominar um troféu criado para homenagear personalidades que se destacaram em defesa dos direitos humanos.
Durante o regime militar, Carlito utilizou uma arma inusitada para lutar contra o regime: mandava rosas vermelhas com mensagens de apoio a intelectuais e lideranças populares que proferiam palestras e organizavam manifestações pacíficas em favor da abertura política.
Uma de suas irmãs, Dulce Maia de Souza, foi torturada pela ditadura militar, presa, exilada e foi uma das primeiras mulheres a pegar armas em ações de absoluto atrevimento.
Carlito foi importante também no movimento musical da década de 60. O programa "Festa de Arromba", o mais importante da época, terminou por chamar-se "Jovem Guarda", por sugestão do publicitário, que também lançou a expressão "calhambeque", que virou música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, também é dele a expressão usada por Roberto Carlos na época da Jovem Guarda: "é uma brasa, mora".
Carlito Maia morreu no dia 22 de junho de 2002, aos 78 anos. Pouco antes de morrer ele esteve em Lavras a convite do ex-prefeito João Batista Soares da Silva, para lançar o seu livro "Vale o Escrito", na época já estava debilitado e participou da noite de autógrafos de forma inusitada: seu autógrafo era um carimbo de um desenho do fradinho, do cartunista e seu amigo Henfil, tinha um desenho e uma linha onde Carlito autografava.
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