Sepultura do presbítero Samuel Rhea Gammon, no cemitério São Miguel. Foto: Jornal de Lavras
Quem visita o cemitério São Miguel pela primeira vez, certamente vai notar que uma das alas daquele campo santo destoa da arquitetura comum dos cemitérios brasileiros: é a área destinada aos americanos. São sepulturas bem diferentes das nossas. As sepulturas dos americanos estão do lado leste do cemitério São Miguel.
A área destinada aos americanos não foi escolhida por eles, que eram presbiterianos. Existe uma história curiosa nos arquivos de Lavras sobre isso. Para sepultar os presbiterianos, que na época eram, na sua maioria, os americanos que habitavam Lavras no final do século XIX e início do século XX, era difícil, já que o cemitério da cidade, na época apenas o São Miguel, era administrado pela igreja católica, que aceitava os sepultamentos, mas com imposições, as vezes, constrangedoras para os presbiterianos.
No dia 15 de abril de 1898 o pastor e representante da igreja Presbiteriana de Lavras, Samuel Rhea Gammon, pediu à Câmara Municipal que indicasse um terreno para que pudessem ser sepultados os seus correligionários (palavra que foi usada na época), já que estavam encontrando resistência e dificuldades no cemitério administrado pela igreja Católica. O pedido do ilustre educador foi rejeitado pela maioria dos vereadores em reunião realizada no dia 16 de abril, mas a igreja católica indicou uma área onde eles seriam sepultados.
Hoje encontram descansando naquele local, membros das famílias Gammon, Hunnicutt, Kemper e outros, que por aqui passam e muito contribuíram para o progresso de Lavras.