Corrente impede que o trânsito seja liberado na Zona Norte. Prefeitura alega que não recebeu a obra. Fotos: Jornal de Lavras
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A Construtora ECP Engenharia, responsável pela construção da Travessia "Luiz Cherem", conhecida como "túnel da Zona Norte", terminou hoje, segunda-feira, dia 22, a etapa da obra que estava impedindo o trânsito de veículos e pedestres no local, e informou que, à partir das 17h, a passagem estaria liberada. A empresa anunciou que as obras continuam durante a semana, mas que seriam obras apenas de acabamento que não demandariam a interdição da passagem.
A reportagem do Jornal de Lavras conversou com o engenheiro da Construtora ECP, Davidson Alves, na tarde desta segunda-feira, que confirmou que a liberação do trânsito seria feita nas horas seguintes. Os funcionários da Construtora ECP estavam apenas finalizando a limpeza do local para que os veículos, bem como os moradores da Zona Norte, pudessem circular sem problemas a partir das 17h.
Tão logo foi anunciada a liberação do trânsito, técnicos da Superintendência Municipal de Trânsito (Sumtran), órgão da Prefeitura de Lavras, foram até o local e fecharam a passagem com corrente e cadeados, para evitar que a construtora liberasse o trânsito.
A reportagem do Jornal de Lavras procurou, então, a Prefeitura de Lavras para saber a razão do fechamento da passagem, já que a empresa responsável pela obra já iria fazer a liberação. O secretário Municipal de Obras, Eduardo Michel Jeha, informou, através da assessoria de comunicação, que a medida foi tomada porque "a obra ainda não foi entregue oficialmente à Prefeitura pela empresa construtora".
O que se pode perceber, é um impasse entre a atual gestão municipal e a empresa responsável pela obra. De um lado, a empresa quer liberar o trânsito para que a população não tenha mais que fazer desvios, e finalizar a etapa de acabamento com o trânsito fluindo no local e, do outro lado, a Prefeitura de Lavras que exige que a obra seja entregue por completo, para depois fazer a vistoria e só então liberação do trânsito, alegando segurança da população.
Nas redes sociais, partidários do atual prefeito Silas Costa Pereira, incluindo um Secretário Municipal, o de Assuntos Rurais, tem feito insinuações e até mesmo afirmações de que a obra tem problemas estruturais. É importante esclarecer, para que não haja acusações preliminares, até mesmo vindas de dentro do Governo Municipal, como a declaração do secretário Leandro Moretti no facebbok, que a obra teve o acompanhamento dos engenheiros da Construtora ECP, da engenheira Cíntia Pierangelli, servidora efetiva da Secretaria Municipal de Obras, dos engenheiros da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e dos engenheiros da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), além de ser acompanhada pela Setop (Secretaria de Estado de Transporte e Obra Pública) e Caixa Econômica Federal (CEF), estes dois últimos foram os órgãos que liberaram o dinheiro para a realização da obra. Diariamente passam sobre o "túnel", cerca de cinco composições ferroviárias, são locomotivas, vagões e pranchas carregadas de minério e outros produtos que são transportados pela ferrovia. Durante toda a obra, locomotivas passaram sobre o túnel, no mínimo, novecentas vezes.
Certo é que, com o impasse, a população da Zona Norte, sobretudo dos bairros afetados pela medida, alheios a estes problemas políticos e burocráticos, é a que mais fica afetada com a interdição da passagem.