Foto ilustrativa
O mundo do futebol está em festa, hoje. Édson Arantes do Nascimento, Pelé, o Atleta do Século, completa 70 anos e a festa é de todos os brasileiros. Os lavrenses participam dessa comemoração lembrando o primeiro jogo do Santos Futebol Clube, com Pelé em campo, contra o Fabril Esporte Clube, no Estádio Coronel Juventino Dias, na tarde de 9 de junho de 1957. Mais de cinco mil torcedores de Lavras e várias cidades da região estavam lá, espremidos, para ver outro craque que era um dos melhores jogadores do Brasil, na época. Jair Rosa Pinto, o "Jajá", jogador da Seleção Brasileira das copas de 50 e 54, que atuava no meio campo do "Peixe". Mas quem tomou conta do jogo acabou sendo aquele menino franzino, com menos de 17 anos, que ninguém conhecia. O Santos ganhou do Fabril por um placar elástico 7 a 2. Pelé fez quatro gols, dois de cabeça e dois tabelando com o ponta Pepe. E foi o dono da festa.
Esse foi o primeiro jogo do Santos em Minas Gerais e apresentou no Juventino Dias jogadores de ponta, além de Pelé. Manga no gol, Pepe e Álvaro no ataque, além de "Jajá" armando as jogadas. Foi o 29º jogo de Pelé como profissional do Santos. Quando chegou não despertou atenção, porque não era conhecido. "O centro das atenções era o "Jajá"", relembra o ex-jogador e historiador Fernando Octávio de Avellar. "Ninguém sabia quem era Pelé, e os milhares de torcedores que foram ao jogo queriam ver o Jair da Rosa Pinto, o "Jajá", que havia jogado na seleção e na Copa do Mundo e era um dos melhores do mundo, na época. Mas aconteceu o que ninguém previa: aquele menino chamado Pelé acabou com o jogo, marcou quatro gols e fez jogadas maravilhosas. E quando o jogo acabou, todo mundo ficou surpreso por ter visto aquele jogador desconhecido, que iria se transformar no maior jogador de futebol de todos os tempos".
"Não vou esquecer esse dia nunca mais", conta o ex-jogador do Fabril, Antônio Goulart, que era zagueiro e marcou Pelé. "O primeiro tempo terminou com o Santos ganhando de 2 a 1. Mas o juiz anulou um gol legítimo que fizemos e que empataria o jogo. No segundo tempo o nosso time perdeu o fôlego. Éramos jogadores amadores, não tínhamos preparo físico, e aquele menino que eu marquei desequilibrou tudo. Fez quatro dos sete gols do Santos e fez jogadas que encantaram. Mas valeu pela festa, porque todo mundo saiu satisfeito de ter visto aquele espetáculo. De certa forma, no aniversário do Pelé, eu também me sinto homenageado por ter participado daquele jogo e ter marcado aquele que iria se transformar no maior do mundo".