Manifestantes protestaram na porta do escritório da Usina do Funil, na rua Dona Inácia
No período de chuvas, os cardumes iniciam a subida dos rios para a desova. Peixes como o curimbatá e o dourado migram mais de 600 quilômetros até o local da reprodução, este é o fenômeno da piracema.
Os peixes enfrentam os obstáculos naturais, mas aqueles que o homem cria, os peixes não conseguem transpô-los, é o caso das barragens das hidrelétricas. Esta semana, os pescadores do Rio Grande saíram às ruas de Lavras para protestar, eles querem que o consórcio de empresas que administra a Usina do Funil construa uma escada para os peixes continuarem a subir o rio.
A escada é, na verdade, uma sequência de tanques por onde os peixes sobem até conseguirem chegar nas águas calmas do lago e conseguir concluir o ciclo natural da reprodução. Na Hidrelétrica do Funil existe um elevador, é um tanque grande onde os peixes entram e são transportados para o lago, porém, os pescadores disseram que ele não está mais funcionando e, como não existe outra maneira para que os peixes consigam cumprir o ciclo natural de reprodução, eles encontram na barragem o fim de suas vidas.
Segundo os pescadores do Funil, o rio Grande ficou dividido em dois rios, um da nascente até o lago e o outro, de sua foz até a barragem. Com isso, os pescadores estão sentindo uma diminuição dos pescados, que são a fonte de renda da comunidade.
A Usina do Funil se defende, segundo os técnicos daquele consórico, o sistema para transposição de peixes do tipo elevador foi escolhido depois que estudos de impacto ambiental o apontaram como sendo o mais adequado às características da região. Eles só não manifestaram sobre a denúncia de que o elevador não está mais em operação.
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