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Publicada em: 19/04/2014 15:19 - Atualizada em: 20/04/2014 16:23
Gil Teixeira: o espírita, o político e o benemérito
Um homem que viveu em Lavras, ajudou a escrever uma parte de sua história e que se estivesse vivo teria completado 100 anos

Gil Teixeira e Cleonice, num baile no Clube de Lavras, provavelmente na década de 60. Foto: arquivo da família

 

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Este mês de abril é um mês em que se comemorou os cem anos de nascimento do farmacêutico, espírita e político Gil Teixeira, homem que escreveu uma página da história de Lavras e de Ijaci. Gil Teixeira era o caçula de uma família de 10 filhos do casal Tobias Teixeira da Silva e de Zulmira Custódia de Alvarenga. Ele nasceu no dia 14 de abril de 1914, na recém-criada cidade de Ribeirão Vermelho, onde morou por alguns anos, depois, mudou-se para Lavras com toda sua família.

Em Lavras, Zulmira Custódia de Alvarenga passou a dedicar-se a doutrina espírita, seguia preceitos de Allan Kardec, destacando-se por seu potencial mediúnico, e promovia em sua residência, memoráveis manifestações de fenômenos de materializações espirituais, por meio da ectoplasmose, fenômenos que foram relatados em livro escrito por Yvonne do Amaral Pereira, que viveu em Lavras e conviveu com Zulmira nos anos 20 e 30.

Os fenômenos ocorridos na casa da médium Zulmira estão publicados no livro "Recordações da Mediunidade", da escritora Yvonne. Zulmira conviveu também com pessoas que hoje fazem parte da história da cidade, como Christiano José de Souza, quem, juntamente com ela e outros, fundaram no dia 31 de janeiro de 1920, o Centro Espírita de Lavras, que mais tarde, em 1961, passou a denominar-se "Augusto Silva", uma homenagem ao médico e espírita que fundou, em 25 de dezembro de 1894, o primeiro centro espírita, o "Luz e Caridade", dirigido por ele. Augusto Silva faleceu 11 anos depois, em 1905.

Quando Tobias, o pai de Gil Teixeira, morreu em 1931, ele tinha 17 anos. Gil então passou a ajudar os irmãos Antônio e Leta nos cuidados a sua mãe, já que os irmãos mais velhos já tinham tomado outros rumos em suas vidas. Gil herdou o espírito caritativo da mãe e passou a trilhar também os caminhos do espiritismo, doutrina que dedicou até o final de sua vida.

No final dos anos 1930 começou a trabalhar na Coletoria Estadual, juntamente com o amigo José Jeremias de Mesquita. Pouco depois deixou o emprego, dando início a uma nova atividades: farmacêutico. Em sociedade com outro amigo, Ângelo Delphino, fundou a Farmácia Teixeira. Estabilizado na vida, casou-se então com a 'senhorinha' Cleonice de Oliveira, filha do "Tatão do Bonde" e de dona "Santinha", proprietária da Pensão Avenida, localizada na parte baixa da cidade, na avenida Pedro Salles. Desta união nasceram quatro filhos: Denise, já falecida, Roberto, Maria Emília e Gil Teixeira Filho.

Seu espírito de liderança logo se destacou e no dia 27 de maio de 1956, fundou a Associação Profissional dos Farmacêuticos de Lavras, sendo sua primeira diretoria composta pelos profissionais: João Costa Pinto, presidente de honra; Victor Bastos, presidente; Francisco Ávila, vice-presidente; Augusto Máximo, primeiro secretário; Expedito de Oliveira Lara, segundo secretário; Gil Teixeira, primeiro tesoureiro; Magno Dinali, segundo tesoureiro; Samuel Alvarenga, orador; Eurico Gomide, bibliotecário. O conselho fiscal foi formado dos seguintes profissionais: Francisco Narciso, presidente; Ismael Teixeira e Eduardo Laurenti, como integrantes; Francisco Solano, Antônio Lúcio de Alvarenga e Antônio Teixeira, como suplentes.

A popularidade e o espírito caritativo, associados a sua liderança, chamaram a atenção do líder político e amigo Sylvio Menicucci, que o lançou na vida pública na década de 50, Gil se elegeu vereador em Lavras pelo PSD, cargo que exerceu por dois mandatos, sendo inclusive eleito presidente da Casa Legislativa. Na Câmara Municipal Gil entrou para a história de Lavras e de Ijaci, quando no dia 5 de junho de 1957, presidiu uma reunião histórica: juntamente com seus colegas vice-presidente, Tufy Haddad; secretário, Cristóvão Fernandes Filho; Hélio Pereira da Silva, Samuel Alvarenga, Gil Botelho, Clóvis Ribeiro, Fausto Pedroso, Mozart Andrade Ribeiro, Armando Amaral e Souza, Geraldo Moreira Santos, Anísio de Abreu e João Batista Hermeto, emanciparam o então distrito de Ijaci.

De volta a vida privada, Gil Teixeira dedicou-se exclusivamente ao trabalho de farmacêutico e a doutrina espírita, sendo eleito presidente do Centro Espírita "Augusto Silva" no período de 10 de dezembro de 1967 a 14 de dezembro de 1969, época que participou ativamente com o amigo Túlio Vieira e outros colaboradores, da construção do prédio do Centro Espírita Fraternidade, localizado na rua Melo Viana.

Com seu irmão Antônio Teixeira integrou um contingente de farmacêuticos que Ênnio Mendes de Siqueira reverenciou no artigo "Heróis de um passado recente", publicado no jornal Tribuna de Lavras de 28 de janeiro de 1995, em que destaca a dignidade e o comprometimento com que esses profissionais exerceram suas atividades. Além de Gil e Antônio, foram citados por Ennio Mendes os profissionais: Francisco Narciso, Samuel Alvarenga, Francisco Ávila, Antônio Lúcio Alvarenga, o "Farma", como era mais conhecido, Antônio Dias de Oliveira, Augusto Máximo, Vitor Bastos, sobrinho de Antônio e Gil, que também se destacou na doutrina espírita, Antônio Hermeto Costa e Djalma Dias de Oliveira. Ressalte-se que, mesmo tendo sido contemporâneo de muitos dos referidos, por pura questão de modéstia, Ênnio Mendes de Siqueira não se incluiu nessa lista, embora o merecesse. Em 1980 Gil perdeu a esposa Cleonice, o que lhe causou profundo desalento, apesar de toda sua evolução na doutrina espírita.

Abril é o ano de nascimento de Gil Teixeira, mas também foi em abril que ele desencarnou aos 77 anos, no dia 25 de abril de 1991. Gil Teixeira foi um cidadão ribeirense que muito contribuiu com Lavras, Ijaci e com a humanidade.  

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