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Publicada em: 16/02/2014 19:08 - Atualizada em: 17/02/2014 08:50
A Ufla de hoje na Copa do Mundo de 1950: entenda como isso foi possível
Do campo de futebol para o campus da Ufla: universidade será responsável por desvendar um mistério que envolve a Copa do Mundo de 1950, no Maracanã

O gol que silenciou o Brasil na Copa do Mundo de 1950, quando uruguaio Alcides Ghiggia pegou Barbosa de surpresa e marcou o gol da vitória de 2x1 para o Uruguai. O Brasil precisava apenas do empate. Foto extraída do site de Ignez Ferraz.com

 

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A Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, ainda está na memória de muitos brasileiros e registrada nos livros de história do futebol, um episódio conhecido como "maracanaço", isso porque na final da Copa, realizada no Maracanã, o Brasil perdeu para o Uruguai pelo placar de 2 x 1, foi uma vitória de virada dos nossos irmãos dos pampas.

A derrota brasileira deixou o país triste, pois era a primeira vez que uma Copa do Mundo era realizada no Brasil e a equipe seguia bem, foi para a final contra os uruguaios e precisava de um empate para ser, pela primeira vez, campeão do mundo no esporte que os brasileiros mais dominam: o futebol.

A partida estava 1 a 1, até que o ponta uruguaio Alcides Ghiggia recebeu a bola na área, e fingindo que iria lançar, chutou no canto esquerdo do gol. Moacir Barbosa Nascimento, o goleiro Barbosa, pego de surpresa, acabou chegando atrasado, numa das poucas falhas de sua carreira. No final, o Uruguai acabou sendo o campeão. Barbosa foi feito de bode expiatório e acusado como o culpado pela derrota.

O tempo passou e, em 1963, Barbosa foi trabalhar no Maracanã, a Fifa (Federação Internacional de Futebol), havia obrigado a direção do estádio a trocar as traves de madeira quadrada por ferro cilíndrico. As traves ficaram num depósito do velho "Maraca", foi então que alguém resolveu presentear Barbosa com as traves do gol que ele estava quando perdeu a partida contra os uruguaios.

Dizem que Barbosa queimou as traves num churrasco que fez para os amigos, mas existe outra versão bastante interessante e mais plausível: as traves do gol do Maracanã, onde o Brasil perdeu a Copa do Mundo, vieram para o Sul de Minas entre 1958 a 1960.

Conta a história, que José Otaviano Sales, um incentivador e apaixonado pelo futebol, na cidade de Muzambinho, no Sul de Minas, solicitou ao então diretor da Administração dos Estádios da Guanabara (Adeg), Urias Antônio de Oliveira, que era mineiro de Muzambinho, que doasse as traves retiradas do Maracanã para o município. A requisição teve a mediação política do então prefeito Joaquim Teixeira Neto, cunhado de Urias.

O pedido foi atendido pelo conterrâneo e a missão de buscá-las coube a um velho motorista daquela cidade: Geraldo Tardelli, que tem hoje 85 anos e o apelido de "Sapo". Ele e um ajudante, Justimiano Coelho, foram para o Rio de Janeiro no seu caminhão, Mercedez Bens 58 "Cara Chata". A viagem durou 20 dias e foi feita em estrada de terra. No Rio de Janeiro as traves estavam colocadas de fora do estádio prontas para serem levadas para Muzambinho. "Sapo" e seu ajudante Justimiano carregaram o caminhão e voltaram para Muzambinho.

Em Muzambinho, as traves foram instaladas no estádio Professor Antônio Milhão, um campo ainda de terra no centro da cidade. Na época ninguém atinava pela história, eles comemoravam a conquista de instalar no campo, traves oficiais. Os anos se passaram, o campo ganhou grama, alambrados e novas traves cilíndricas e metálicas. As traves retiradas do campo, que ainda não eram tratadas como relíquia, foram transferidas para outro campo de futebol na periferia da cidade, o estádio "Jair da Silva".

Em meados dos anos 80, o produtor rural Nivaldo Sandy, um apaixonado pelo futebol, na terra de Milton Neves, procurou o então prefeito Nilson Bortoloti e pediu as vigas para seu campo na zona rural, seu pedido foi acatado pelo Chefe do Executivo. As balizas só ganharam notoriedade quando o Museu do Futebol, em São Paulo, requereu o acervo, mas os muzambinhenses não permitiram a saída das balizas, foi então que elas foram restauradas e estão expostas na sala Jornalista Milton Neves da Casa de Cultura de Muzambinho.

Aí você, caro leitor do Jornal de Lavras, questiona: o que tem isso haver com Lavras, já que o jornal prioriza as notícias da cidade e de sua microrregião, e Muzambinho está tão longe? Muito bem: aí que entra Lavras na Copa do Mundo de 1950.

A polêmica criada pelo goleiro Barbosa, já falecido, que afirmava que havia queimado as traves num churrasco, história confirmada por sua filha, e a versão muzambense de que as traves vieram para o Sul de Minas, gerou uma série de especulações, o que levou o jornal O Tempo a "entrar na briga" para desvendar o mistério. Para tentar encaixar as peças que faltam ao real destino das traves da Copa de 50, o conceituado jornal mineiro pediu uma amostra do material ao produtor rural Antônio Carlos Sandy, que guarda uma das peças das traves do gol de Barbosa.

O fragmento foi trazido para o Laboratório de Anatomia e Qualidade da Madeira do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras (Ufla). A análise fica pronta nas próximas semanas. A expectativa é descobrir, pelo menos, o gênero e a espécie da madeira, já que, para descobrir a idade, seria preciso um tronco inteiro.

Fica aí registrada a entrada de Lavras no campo do Maracanã na Copa do Mundo de 1950, via Ufla de hoje: "do campo para o campus". 

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