A fonte foi reinaugurada neste domingo. Fotos: Jornal de Lavras
Os lavrenses sabem bem que a praça Augusto Silva é um dos locais mais frequentados por eles, sobretudo nos finais de semana, isso porque aquele lugar público é um dos mais bonitos da região. A praça tem mais de cem anos e já passou por diversas reformas e modificações, sendo a mais importante delas em 1936, quando ganhou aquele formato que permanece até hoje, inclusive foi tombada pelo Patrimônio Público Municipal.
Ela foi projetada no início do século passado. No dia 15 de julho de 1903, o Dr. Álvaro Augusto de Andrade Botelho, agente executivo (cargo que seria hoje de prefeito), apresenta à Câmara Municipal um projeto elaborado por Bernardino Maceira, que visa o embelezamento da Praça Municipal. Para tanto, torna-se necessário a demolição da pequena capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída onde é hoje a praça Leonardo Venerando. No dia 9 de dezembro, a Comissão de Obras Públicas e Finanças dá o parecer favorável a demolição do pequeno templo, que veio concretizar-se em agosto de 1904.
A igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos era uma capela pequena, ela foi construída em 1818 e teve sua demolição iniciada no dia 9 de agosto de 1904. Depois que a nova Matriz de Sant'Anna foi inaugurada, em 1917, a velha matriz passou a ser denominada de Igreja do Rosário, a pedido daqueles que frequentavam a antiga capelinha. O novo Jardim Municipal foi inaugurado então no dia 29 de novembro de 1908, há 105 anos.
A primeira grande reforma da praça foi realizada na década de 30, foi em novembro de 1936, há 77 anos, quando o paisagista e técnico em jardins Júlio R. Steinmetz entregou ao coronel Pedro Salles, prefeito de Lavras, o projeto de reforma da praça Dr. Augusto Silva, onde propõe entre outras, a construção de um tanque central, com 8 metros de comprimento por 5 de largura. O projeto da reforma da praça Dr. Augusto Silva foi elaborado no Rio de Janeiro.
Portanto, há 77 anos ela ganhou um lago, onde se podia ver, no passado não muito distante, peixes e plantas aquáticas. Aquele lago já foi, inclusive, figurinha de álbum que distribuía prêmios, isso foi na década de 60, quando aqui o atleta Antônio Silva pedalou, durante três dias e três noites sem parar em torno do lago, seu feito foi um recorde nacional.
Por sugestão do professor Adolfo Moura a uma editora de São Paulo, o feito esportivo foi uma das páginas de um álbum de figurinhas. Uma foto de Antônio Silva pedalando em volta do lago foi fragmentada e dividida em 20 partes e cada parte era uma figurinha, a página completa dava direito a um jogo de jantar.
Uma das figurinhas tinha um carimbo e era conhecida como "figurinha carimbada", a mais difícil delas. Mauro Militão da Silva, foi um dos que adquiriu alguns pacotes de figurinha na "Banca do Tito" e conseguiu completar a pagina e ganhar o jogo de jantar. Mauro Militão foi guarda da Caixa Econômica Federal e a Banca do Tito era no local onde funcionava até bem pouco tempo, a Importadora Mesquita, na rua Getúlio Vargas.
Mais tarde o lago se transformou em fonte luminosa, com diversos esguichos que projetavam grandes jatos de água de forma cadenciada, jatos que eram iluminados com lâmpadas durante à noite. O projeto foi elaborado pelo reconhecido arquiteto Evandro Menicucci.
Com o tempo a fonte estragou e agora o prefeito Marcos Cherem reformou a fonte, uma obra realizada pela CCM (Construtora Centro Minas), de Belo Horizonte. Na manhã de ontem, no domingo, a fonte voltou a jorrar seus jatos cadenciados, como um balé das águas, para a alegria daqueles que frequentam a praça.
A reinauguração contou com as presenças, além do prefeito Marcos Cherem, do deputado estadual Fábio Cherem, dos vereadores João Paulo Felizardo e Alisson Matiolli, com o vice-prefeito Aristides Silva Filho, secretários municipais e servidores.
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