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Publicada em: 25/09/2013 16:06 - Atualizada em: 26/09/2013 08:37
De volta as origens com a "Noite Italiana & Polenta Show" em Lavras
A Itália estará mais próxima de Lavras em novembro, quando será realizada a "Noite Italiana & Polenta Show"

A gastronomia italiana será uma das atrações do evento

 

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A imigração italiana em Lavras começou no final do século XIX, a vinda dos italianos para o Brasil, sobretudo para a região do Sul de Minas, está ligada diretamente ao fim do tráfico negreiro, com a Lei Eusébio de Queirós e depois a Lei Áurea. A proibição da entrada de novos cativos procedentes da África e a carência de mão-de-obra que passou a se instalar no País fermentou o incentivo à vinda de um número cada vez maior de imigrantes europeus. Além disso, havia um plano, influenciado pelo racismo entre a elite nacional, de "branquear" o Brasil trazendo imigrantes da Europa.

Os italianos foram o principal grupo de imigrantes a entrar em Lavras no final do século XIX. Não se tem dados oficiais de quantos imigrantes italianos existiam em Lavras no início do século XX, porém, existe uma estimativa relativa ao Brasil. No ano de 1900 viviam no país 540 mil italianos, ou seja, 3,1% da população brasileira era nascida na Itália. Para o ano de 1902, o número de italianos no Brasil teria saltado para 600 mil. O censo nacional de 1920 contabilizou 558.405 mil italianos, o correspondente a 52% dos estrangeiros no Brasil.

Em Lavras a imigração foi grande, para se ter uma ideia, no dia 15 de maio de 1905, chegou a Lavras para uma visita à colônia italiana, o cônsul V. de Monreale, que foi recebido por cerca de quinhentas pessoas, entre imigrantes italianos e brasileiros. O cônsul V. de Monreale, que também era conde, foi saudado pelo estudante João Marafelli, que falou em nome da colônia italiana ainda na estação ferroviária; depois pelo jovem Paulo Menicucci, no Hotel Moreira, onde foi servido um banquete de cinquenta talheres. O Conde e Cônsul italiano ficou hospedado no palacete Scorza.

Antes, em 1904, foi criado em Lavras, no dia 28 de fevereiro de 1904, uma sociedade beneficente italiana denominada "Società Italiana de Mutno Soccorso Vittorio Emmanuelle III."

A primeira diretoria da sociedade italo-brasileira ficou constituída da seguinte forma: Caetano Scorza, presidente; Francisco Marafelli, vice; Francisco Pizzolante, secretário; João Zanoni, vice-secretário; Seraphin Bandeira, tesoureiro; Genaro De Angelis e Estevam Bini, revisores de contas; Giovanni Cicarelli e Estevam Puccini. José Bianchini e Salvador Cavazza, como conselheiros. 

As associações, os clubes, os saraus líteros-musicais italianos e outros eventos que mantinham unidos os imigrantes e seus filhos, se desfizeram na década de 40, quando o Brasil declarou guerra ao eixo, formado pela Alemanha, Japão e Itália. Naquela época, o glamour italiano virou pesadelo. As famílias passaram a ser vista com outros olhos, passaram a ser vistas como intrusos num país que estava em guerra com a Itália, que combatia Benito Amilcare Andrea Mussolini, o líder do Partido Nacional Fascista, um ícone admirado pelos imigrantes, que em Lavras acompanhavam diariamente com interesse os discursos de Mussolini pela rádio, um aparelho considerado de luxo para os lavrenses, mas que a grande maioria dos imigrantes em Lavras possuíam.

Com o fim dos laços que uniam os italianos, as famílias foram, aos poucos, perdendo as tradições, desfizeram de fotografias, documentos, objetos e outros, que eram vistos com maus olhos pelos lavrenses. Foram anos difíceis para os imigrantes e seus filhos, que eram brasileiros, mas eram também marginalizados.

Acabou a guerra em maio de 1945 e a paz voltou ao mundo, mas os laços que uniam os italianos em Lavras nunca mais foram refeitos. O que existe hoje são fragmentos de uma história interessante na cultura da cidade.

Agora um neto de italianos, de uma das mais tradicionais famílias que aqui aportou no final do século XIX, a família Matiolli, vai promover uma festa para reencontrar os descendentes dos imigrantes, a festa, a "Noite Italiana & Polenta Show", encabeçada por um grupo que tem a frente Claret Matiolli (foto à esquerda), um incentivador da arte e da cultura. A festa não tem esse objetivo, o de reunir os descendentes dos italianos, mas para arrecadar fundos para a Associação para a Promoção de Arte e Cultura (Aproac) e para o Lar Mateus Loureiro Ticle.

A primeira visa difundir a arte através da Escola de Música de Lavras, a segunda, acolher pessoas que sofrem com o mal do câncer, dando-lhes apoio material e moral, uma instituição das mais conceituadas na cidade.

A Noite Italiana & Polenta Show será realizada dia primeiro de novembro no Gran Finalle Eventos, com show de banda que executa músicas italianas desde a década de 70 até os dias atuais; apresentação de um grupo folclórico de dança popular, da cidade de Juiz de Fora, que apresentará a famosa "tarantella". Dois chefs renomados, especialistas da cozinha italiana, comandará a parte gastronômica da festa. 

Os convites são limitados e as reservas poderão ser feitas apenas na internet, através do site da Associação para a Promoção de Arte e Cultura, a Aproac. www.aproac.com.br.

 

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