Casa da Cultura: Jornal de Lavras
Um dos prédios mais antigos de Lavras, a Casa da Cultura, está com sua estrutura abalada; a parede da fachada está trincada e uma parte da cimalha sobre uma das portas-janelas do sobrado despencou na semana passada, caindo sobre o passeio do casarão. Isso foi o suficiente para que a entrada principal da Casa da Cultura fosse fechada e o acesso ao casarão transferido para os fundos, pelo jardim do sobrado.
O sobrado centenário abriga a Secretaria Municipal de Cultura, onde são realizadas diversas atividades como o ensaios das Meninas Cantoras, o Cineclube "Geraldo Victorino", exposições, realização dos saraus entre outras. Na quinta-feira, dia 25, uma equipe de engenheiros, arquitetos e técnicos da Secretaria Municipal de Obras vistoriaram o casarão e optaram pela interdição parcial do casarão. Naquele local continuará funcionando o serviço administrativo da Secretaria de Cultura, bem como o gabinete da secretária Luiza Maria Victorio de Andrade.
A última reforma daquele prédio foi há dois anos, em 2011, foi uma reforma que visava unicamente melhorias em seu aspecto. Agora a Casa da Cultura terá toda a estrutura recuperada com o cuidado para não descaracterizar a arquitetura, para isso, um projeto para sua recuperação está sendo elaborado visando preservar as características do imóvel que faz parte do Patrimônio Cultural de Lavras.
Um contato com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), em busca de parcerias visando a revitalização total da Casa da Cultura, já foi realizado.
A secretária Municipal de Cultura, Luiza Victorino de Andrade, disse que a preocupação é preservar o casarão e, ao mesmo tempo, evitar que pessoas que frequentam aquele prédio corram riscos.
Não se sabe ao certo a idade do casarão, sabe-se apenas que o registro mais antigo que se tem sobre ele é datado de 1842, isso porque o casarão do alferes Francisco Alves de Azevedo, na Rua Direita, hoje Sant'Anna, serviu diversas vezes como ponto de encontro dos líderes da Revolução Liberal de 1842, sob o comando do Dr. José Jorge da Silva.
Em 1907 o sobrado foi adquirido pelo agente executivo Pedro Salles pela quantia de quinze contos e cento e vinte mil réis, de um dos herdeiros do alferes Francisco Alves de Azevedo. Foi então ali instalado o fórum, os correios e depois a Prefeitura e a Câmara Municipal e, finalmente, a Casa da Cultura.