Sede da Polícia Civil em Lavras. Foto: Jornal de Lavras
Há algum tempo que as delegacias regionais de Polícia Civil estão alternando plantões devido a falta de delegados, investigadores e peritos. Lavras e Campo Belo se alternam nos plantões e isso tem trazido problemas para ambas as cidades, isso porque uma ocorrência simples, que poderia ser resolvida em questão de 30 a 40 minutos no gabinete de um delegado em Lavras, leva cerca de 2 ou 3 horas porque é resolvida em Campo Belo. Em outra semana é em Lavras, prejudicando então os cidadãos de Campo Belo.
Além da parte burocrática, tem ainda o problema do deslocamento de policiais militares e de viaturas, colocando em risco a integridade física do policiais, desguarnece a cidade além de trazer outros transtornos.
Agora parece que esse drama que envolve e prejudica as duas corporações está próximo de acabar, isso porque o governo do estado formou 420 novos delegados no concurso realizado este ano, eles serão distribuídos para as delegacias regionais. O último concurso para delegados aconteceu em 2009.
Mesmo com a entrada de 420 novos delegados na Polícia Civil, o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindepominas), Marco Antônio Abreu Chedid, acredita que o quadro irá continuar defasado. "Nós entendemos a boa vontade do governo em melhorar a situação, mas essas novas vagas irão só dar uma amenizada na demanda do quadro. Temos quase 400 municípios sem delegados de polícia, então o ideal é que tivéssemos, no mínimo, mais 1,7 mil delegados", disse.
Além dos novos delegados, o estado deve apresentar, ainda neste ano, 121 novos médicos legistas, 95 peritos e 866 técnicos administrativos, quando o concurso em andamento for concluído. Os técnicos administrativos vão fazer o trabalho burocrático que hoje é acumulado pelos investigadores. "Assim eles vão fazer o serviço burocrático e os policiais vão para a rua".
O cidadão comum que não conhece a rotina de uma delegacia de polícia não tem a mínima ideia do que delegados e investigadores são obrigados a fazer. Eles realizam trabalhos burocráticos, o que prejudica as investigações, trabalham com restrições de equipamentos e uma série de outros problemas que poderiam ser facilmente resolvidos com investimentos por parte do governo.