Três dos policiais que evitaram que um homem caísse no golpe da premiação da televisão: cabo Júnior e os soldados Borges e Maycon. Foto: Jornal de Lavras
Uma história que mais parece um enredo de filme, uma ocorrência policial aconteceu na tarde de hoje: um homem de 45 anos, morador do bairro Água Limpa, recebeu uma ligação telefônica onde foi comunicado que havia sido contemplado na "Premiação da Rede Globo", porém, para receber o premio, o golpista o orientou a procurar um caixa eletrônico do Banco do Brasil e seguisse suas orientações.
Para não perder a ligação, o golpista, que normalmente é um detento de alguma penitenciária, o manteve na linha. O homem saiu e foi direto para a agência bancária do Banco do Brasil. Enquanto isso, seus familiares, que descobriram que se tratava de um golpe, ligavam insistentemente para a vítima, como o telefone estava ocupado, não restou outra alternativa a não ser ligar para a polícia.
O parente ligou para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), que imediatamente acionou os policiais da área bancária. Foram passadas as características do homem, como cor da roupa, altura e o nome. Quatro policiais: cabo José Ramos Júnior e os soldados Thiago Gualberto Borges, Alex Antônio Santiago e Maycon Jonatha Pena, foram para o banco.
Os militares encontraram um homem de costas falando ao telefone e realizando uma operação bancária. O cabo José Ramos Júnior adiantou e o chamou pelo nome, ele olhou e o cabo perguntou se era ele mesmo, quando o homem confirmou, imediatamente o cabo Júnior apertou a tecla cancelar do caixa eletrônico, interrompendo imediatamente a transferência bancária.
O cabo Júnior pegou o telefone das mãos da vítima e conversou com o golpista, do outro lado da linha. Ele disse que não tinha nada para falar com ele e pediu que devolvesse o telefone ao seu "cliente". Foi então que o cabo Júnior se identificou: "Aqui é a Polícia Militar de Minas Gerais, sua casa caiu". Após a identificação do militar, o interlocutor desligou imediatamente o telefone.
A vítima contou que o interlocutor pediu a ele que não desligasse o telefone até que toda a operação fosse realizada. No banco ele foi orientado a retirar um extrato de sua conta, sabendo do valor que a vítima possuía na conta, e o golpista passou a orientá-lo. O golpe que a vítima estava caindo foi da seguinte forma: primeiro que retirasse o saldo, depois de informado, o golpista disse que passaria uma senha para ele no final da operação.
A vítima preenchia os dados no terminal de acordo com as informações do vigarista. No final, ele era orientado a não depositar nenhum valor, mas que no lugar do campo "valor", ele deveria digitar a senha que fosse passada. Por exemplo: se a vítima tem um saldo de R$ 4 mil, o golpista o orientava a preencher os campos no terminal, no final, no lugar onde se colocaria o valor, o golpista pedia que a vítima colocasse a senha, neste caso a senha seria: 399900. Ou seja: a vítima estaria transferindo R$ 3.999,00 e ficaria com apenas R$ 1 na conta.
A vítima, depois de inteirada dos fatos, agradeceu aos quatro militares e enalteceu o trabalho da PM, que se não fosse a rapidez no atendimento, o homem de 45 anos seria mais um na estatística dos golpes das "premiações".