Foto ilustrativa de depósito de lixo
A população cresce, eleva a necessidade de consumo, a indústria produz cada vez mais para suprir a necessidade da população que consome para acompanhar o ritmo e, essa corrente, resulta no aumento do lixo urbano. O lixo, por sua vez, é descartado e levado para os aterros sanitários; parece uma forma lógica, se não fosse o problema ambiental que gera a cada dia, nos condenando a viver, num futuro próximo, com o aparecimento de doenças até então desconhecidas da ciência.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) poderá, pelo menos, adiar para o futuro, uma solução definitiva para este problema. A pesquisa, desenvolvida pelo Departamento de Agricultura – Plantas Oleaginosas pode ajudar a diminuir os impactos causados pelo homem aos locais onde o lixo é depositado.
O trabalho está sendo desenvolvido pelo professor Antônio Carlos Fraga; o projeto consiste em três etapas: colheita de resíduos em restaurantes industriais de Lavras; sua reciclagem, transformando-os em adubo; e, por último, a qualificação desse adubo, com a análise dos resultados. Dessa forma, os pesquisadores pretendem gerar informações que permitam ao sistema municipal estabelecer parâmetros sobre a quantidade de resíduos produzidos somente pelos restaurantes.
Os alunos do professor Fraga, envolvidos no projeto, há cerca de 18 meses, semanalmente, visitam os restaurantes participantes da pesquisa, medindo o volume de resíduos produzidos por cada um. Todo o tipo de material descartado é recolhido: restos de alimentos, vidros, papéis, plásticos, latas e outros.
No próximo mês, o projeto entrará em sua segunda fase, a do desenvolvimento, propriamente dito, o que seria a transformação dos resíduos em adubo orgânico. Na metade dos estudos, o Departamento de Agricultura já concluiu que a grande maioria dos resíduos são orgânicos e que 100% do material descartado pode ser reciclado, transformado em adubo ou, ainda, utilizado na produção de energia, como álcool ou biogás.
Segundo o professor Fraga, o projeto pode ter grande valor para as políticas públicas sanitárias da cidade, mas ressalta a importância da consciência ambiental da população: "Os aterros sanitários, da maneira como são pensados hoje, são efêmeros. Um aterro construído com vida útil de cinco anos, já com quatro, não é mais funcional, devido ao grande número de lixo acumulado. Dar um fim adequado aos resíduos garante maior longevidade aos aterros. Entretanto, a consciência da população na produção de menos lixo, auxiliaria, ainda mais, em sua conservação".