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Publicada em: 30/01/2012 23:38 - Atualizada em: 31/01/2012 13:47
Um lavrense que foi Governador de Minas e Senador da República
Um lavrense que não pode ser esquecido por sua gente, ele também prefeito de Belo Horizonte, deputado e Ministro.

     

Área central de Belo Horizonte, no início do século XX, época em que Francisco Salles foi eleito presidente do Estado de Minas Gerais (antiga denominação do cargo de Governador)

 

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Ontem, domingo, dia 29, e nesta segunda-feira, dia 30, são duas datas importantes para a política de Minas Gerais e, sobretudo de Lavras, pois há 97 anos assumia a cadeira de Senador da República o lavrense Francisco Antônio de Salles, na vaga deixada por ocasião do falecimento do senador Feliciano Penna. A posse foi realizada na capital da República, o Rio de Janeiro, no dia 30 de janeiro de 1915.

Ontem, dia 29, fez 149 anos que Francisco Salles nasceu numa fazenda, que hoje está no perímetro urbano da cidade e o casarão existe até hoje: a sede da fazenda do Madeira.

Poucos lavrenses sabem sobre a vida e a obra Francisco Salles, político de Lavras que mais se destacou no cenário político da República e do Estado de Minas. Francisco Salles nasceu em Lavras em 29 de janeiro de 1863, iniciou seus estudos aqui mesmo, sob a orientação do professor e padre Américo Brasileiro. Mais tarde, seguiu para o Seminário de Mariana e posteriormente para Ouro Preto, em 1881.

Em 1882 matriculou-se na Escola de Direito do Largo de São Francisco, uma das mais tradicionais do país, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1886.

Republicano convicto desde os tempos de faculdade foi propagandista desses ideais em pleno regime monárquico, foi sócio fundador e vice-presidente do "Club Republicano Mineiro", juntamente com outros mineiros que comungavam os mesmos ideais e que residiam em São Paulo.

Tão logo formou, voltou a Lavras e se estabeleceu com seu escritório de advocacia e, em 1888, casou-se com Anna Adalgisa de Aquino Salles. Contudo, seu espírito de civismo e dedicação à causa republicana, entregou-se a política, fazendo conferências e fundando clubes políticos, pregando suas idéias republicanas por todo Sul de Minas.

Vendo sua causa vitoriosa a 15 de novembro de 1889, candidatou-se a deputado à Constituinte Mineira, que promulgou em 15 de julho de 1891, o estatuto básico das instituições do Estado. Desistiu do resto de seu mandato e foi exercer o cargo de juiz municipal e de órfãos na comarca de Lima Duarte.

Por imposição do povo mineiro, exonerou-se e voltou ao cenário político, elegendo-se deputado, onde ocupou a presidência da Câmara Estadual. Sobressaiu-se entre os demais graças ao posicionamento moderado no meio da luta travada entre elementos de facções partidárias diversas; promoveu acordos entre os estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro para a cobrança do imposto sobre o café exportado pelo porto do Rio.

Findado seu mandato foi nomeado em 7 de setembro de 1894 secretário das Finanças do governo de Crispim Jacques Bias Fortes, tendo em 1897 se transferido juntamente com o Governo para a nova capital do Estado: Belo Horizonte, inaugurada em 12 de dezembro daquele ano.

Com a renúncia de Francisco Sá, secretário de Viação e Obras Públicas, por ter sido eleito deputado federal, Francisco Antônio de Salles exerceu a pasta vaga, até o final do governo de Bias Fortes. Em 19 de setembro de 1896, criou através do decreto de número 200, a Caixa Econômica de Estado de Minas Gerais.

Em 1898, convidado por Silviano Brandão, Francisco Antônio de Salles torna-se prefeito de Belo Horizonte, cuja função desempenhou com integridade e extrema competência, características que marcaram sua passagem pela política.

Mesmo ocupando o cargo de prefeito da capital mineira, Francisco Salles foi eleito Senador Estadual e deputado federal; optando então pela cadeira da Câmara Federal, onde fez parte da Comissão de Reconhecimento de Poderes, ocupando também a liderança da bancada mineira.

Em 1º de março de 1902, o lavrense Francisco Antônio de Salles foi eleito presidente do Estado de Minas Gerais (antiga denominação do cargo de governador), assumindo o poder, perante o Congresso Mineiro em 7 de setembro do mesmo ano.

Francisco Antônio de Salles teve sua trajetória política marcada por sua atuação na área econômica. Desde quando assumiu a Secretaria das Finanças no governo de Silviano Brandão, destacou-se pela sistematização e organização de arrecadação do Estado e imprimiu maior rigor à elaboração do orçamento.

Organizou o 1º Congresso Agrícola, Comercial e Industrial de Minas Gerais, o que impulsionou sobremaneira a economia do Estado.

Sua notável permanência no Palácio da Liberdade, fez com que forças políticas do país o indicasse a Presidência da República, convite este que declinou e indicou o nome de Afonso Pena, que exerceu a alta magistratura por um período, já que falecera antes de completar o seu mandato.

O marechal Hermes da Fonseca, quando presidente da República de 1910 a 1914, convidou Francisco Antônio de Salles para ocupar a pasta do Ministério da Fazenda, cargo este que exerceu até 1912, quando se exonerou para ocupar o Senado e a Câmara Federal.

Em 1918, com a eleição de Artur Bernardes para o governo de Minas, Francisco Salles afastou-se das atividades políticas, dedicando a imprensa em Belo Horizonte, quando fundou o jornal "Diário de Notícias."

 Algumas conquistas lavrenses ligadas ao nome de Francisco Antônio de Salles durante sua passagem pela vida pública: instalação do Fórum; construção da ponte metálica no lugar denominado "Funil"; construção do Grupo Escolar "Firmino Costa"; ligação ferroviária entre Lavras e Barra Mansa; equiparação da Escola Normal; construção das oficinas da Estrada de Ferro Oeste de Minas; construção da ponte "Agostinho Porto"; implantação dos bondes e outros benefícios.

Na década de 1910, abandonou a carreira política para se dedicar a atividades empresariais nos ramos da agricultura e indústria. Faleceu aos 69 anos no dia 16 de janeiro de 1933, no Rio de Janeiro.
 

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