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Publicada em: 27/01/2012 09:28 - Atualizada em: 27/01/2012 17:57
Advogado Luiz Henrique Santana falou à reportagem do Jornal de Lavras sobre Habeas Corpus
Advogado que protocolou Habeas Corpus em favor dos presos do presídio de Lavras explicou que fez isso por questões humanitárias.

     

Advogado Luiz Henrique Santana, que falou à reportagem do Jornal de Lavras sobre o Habeas Corpus impetrado. Foto: Jornal de Lavras

 

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O Jornal de Lavras publicou ontem, dia 26 de janeiro, a notícia "Advogado protocolou pedido de Habeas Corpus para soltar todos os presos de Lavras" (clique aqui para ler). Diante da repercussão da matéria publicada e da reação de algumas pessoas, sobretudo no Facebook, o criminalista Luiz Henrique Fernandes Santana, advogado lavrense que impetrou o Habeas Corpus, falou à reportagem do Jornal de Lavras sobre os argumentos que o levaram a tomar esta medida.

 Luiz Henrique explicou que, em nenhum momento, teve a intenção de proteger aqueles que cometeram algum tipo de delito ou compactuar com o crime, mas teve e tem a intenção clara de proteger a sociedade. "Um homem jogado num lugar deste quando é colocado em liberdade volta em condições de cometer crimes piores", disse.

"Aqueles que cometem crimes devem sim, depois de julgados e garantidos todos os princípios processuais, cumprirem as penas que lhes forem impostas, mas com o mínimo de dignidade. Os problemas dentro da cadeia de Lavras não se restringem somente aos meus clientes, e sim a toda a população carcerária da cidade. Conforme preceitua o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em seu art. 2º; §. 1º, o Advogado presta serviço publico e exerce função social", esclareceu.

Segundo o criminalista, os fundamentos do Habeas Corpus foram somente baseados em princípios da Constituição e da Lei de Execução Penal, a intenção do documento coletivo foi mostrar às autoridades de instâncias superiores do judiciário e ao Governo do Estado as precariedades da cadeia da cidade e a necessidade imediata da construção de um presídio em Lavras, que comporte, com dignidade, a demanda de presos provisórios e condenados, garantindo assim a sua ressocialização.

O advogado Luiz Henrique Santana falou que a medida foi unicamente humanitária. Luiz Henrique disse quando começou a advogar teve mais contato com o submundo das cadeias e conheceu uma realidade que pouca gente conhece, a realidade das barbáries que acontecem nos presídios.

Segundo ele, somente nos dois últimos anos foram registradas quatro mortes atrás das grades, sendo dois homicídios cometidos por "colegas" de cela e duas outras causadas por insalubridade, além dos crimes sexuais que também acontecem com freqüência.

Ele disse que, após várias reclamações de presos e seus familiares sobre a superlotação da cadeia, tomou conhecimento de um documento da diretoria do presídio, onde informava o numero de celas, acomodações e a sua lotação.

Para ele, isso tem de acabar, disse ainda que as cadeias são corretivas, visam recuperar o indivíduo que comete atos ilícitos que estão em desacordo com a sociedade. Segundo ele, naquelas condições subumanas ninguém recupera, um indivíduo colocado numa cela de pouco mais de 3 metros quadrados junto de 15 homens pode sair dali um monstro, capaz de tudo, e isso é mais prejuízo para a sociedade.

Ele destacou o caso da cela de número 3, onde, segundo um documento da própria direção do presídio, ela possui aproximadamente 16 metros quadrado e não existe uma única cama sequer, e nela estão amontoados 16 homens, um para cada metro quadrado. Eles se revezam para dormir no chão e dormem até no banheiro. "Acho que a sociedade deve tomar conhecimento disso, pois, todos nós estamos sujeitos a ter um membro da família jogado num lugar deste", disse.

Ele disse também: "ao contrario das criticas recebidas, em momento algum quis aparecer ou me beneficiar com a medida, mas tive sim o apoio de vários colegas, que também atuam na área criminal, e conhecem de perto os problemas existentes".
O advogado disse também que, além do pedido de aguardarem em liberdade, existe no Habeas Corpus pedidos acessórios para aguardarem em prisão domiciliar ou a transferência de presos.

"Sei do esforço dos Juízes de Direito, doutora Zilda Maria Youssef Murad e do doutor Célio Marcelino Silva, dos dignos Promotores de Justiça, doutor Aécio Rabelo e doutor Wesley Leite Vaz e da ilustríssima prefeita, doutora Jussara Menicucci de Oliveira para a construção do presídio em nossa cidade, mas se não houver uma mobilização de todos, vamos ver tragédias, como a 'ciranda da morte', acontecida em Belo Horizonte, onde todos os dias um preso era escolhido para morrer com o objetivo de diminuir a superlotação da cadeia", finalizou o advogado criminalista Luiz Henrique Santana.

 



 

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