Polidor de automóveis mostra onde foi baleado, ele disse que "não vai permitir que o bairro seja controlado por traficantes". Fotos Jornal de Lavras

O Jornal de Lavras tem CLICK EMPREGO. Quer saber? Clique aqui.

A Polícia Militar foi acionada na manhã de segunda-feira, dia 26, para atender uma ocorrência de briga envolvendo pessoas ligadas ao submundo das drogas. Segundo o denunciante, a briga estaria acontecendo na rua Eduardo Alves de Carvalho, na Vila Vera Cruz, conhecido como "Pedreira". A PM recebeu também a informação de que alguém havia efetuado um disparo de arma de fogo.

Ao chegar ao local da ocorrência, os militares depararam com um menor infrator de 14 anos que, ao perceber a presença dos policiais, começou a agir de forma suspeita, escondendo algo em baixo da camisa. Ele foi abordado e com ele os militares encontraram um revólver calibre 32 da marca "Smith e Wesson", com capacidade para seis tiros; no tambor da arma tinham dois projéteis, sendo um deflagrado e outro picotado.

Questionado pelos militares, o menor relatou que, após ter uma discussão com o polidor de automóveis Alex Messias Pereira, de 29 anos, saiu do local e, ao se distanciar, ouviu um disparo de arma de fogo, então, segundo sua versão, voltou e encontrou a arma jogada no chão, quando foi flagrado pelos policiais militares.

O polidor de automóveis, Alex Messias, ao perceber a presença dos policiais foi até a viatura e relatou que estava próximo a sua residência quando foi abordado por três menores, sendo um de 14 e os outros de 17 anos. Segundo sua versão, os três passaram a discutir com ele, momento em que ele arremessou uma pedra em um dos menores e o de 14 anos sacou a arma e atirou duas vezes em sua direção, tendo um dos disparos atingido seu tórax.

Os militares iniciaram então uma busca pelo local e encontraram os dois comparsas do menor de 14 anos e, quando tentavam fugir do bairro, eles foram abordados; um deles, ao perceber que não havia mais chance de fuga, colocou algo na boca e tentou engolir, sendo obrigado, pelos policiais, a expelir o que estava tentando engolir: eram duas porções de maconha embaladas em plástico. Com os dois menores de 17 anos, os militares encontraram, além da maconha, celulares e dinheiro.

Os policiais foram até a casa de um dos adolescentes e convenceram a sua mãe a deixar entrar na residência e revistar o quarto do menor; com a autorização concedida, os policiais entraram e localizaram duas balanças de precisão, 51 pedras de crack embaladas para venda, embalagens plásticas usadas para acondicionar drogas, R$ 140, dinheiro que a polícia acredita ser proveniente do tráfico, e uma pedra bruta de crack, que renderia cerca de 350 pedras (foto acima).

Na 54ª Companhia de Polícia Militar, Alex mostrou o ferimento de bala, disse que discutiu com os menores porque não vai permitir que o bairro seja controlado por traficantes. "Perder o respeito na porta de casa é a pior coisa do mundo", disse. Ele contou também que recebeu duas pedradas que foram atiradas pelos menores e que acertaram o seu braço (foto).

Para a polícia, o tiro só não matou Alex porque os projéteis estavam úmidos, um não teve força suficiente para penetrar em seu corpo e o outro picotou. Tanto a vítima quanto os agressores foram conduzidos para a Unidade Regional de Pronto Atendimento (Urpa), onde foram atendidos e liberados para serem encaminhados a 1ª Delegacia Regional, do Sexto Departamento de Polícia Civil, com sede em Lavras.

A operação que resultou na apreensão da droga, da arma, das balanças e que desfalcou o tráfico naquele bairro, foi realizada pelo Tático Móvel, por duas guarnições da 54ª Companhia de Polícia e pela viatura do CPU (Comando de Policiamento Urbano).