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Matéria Jornalística /


Publicada em: 20/02/2024 22:15 - Atualizada em: 21/02/2024 14:42
Dengue em Minas Gerais: Números Alarmantes e Necessidade de Ação em 2024
Dengue Sobrecarrega Prontos Socorros em Lavras e Região: Alerta Vermelho na Saúde Pública

José Cherem Médico Pesquisador do grupo Nupeb/Ufla Mestre em Ciências DME/UFLA e Doutorando pela mesma Universidade

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 @jornaldelavras     @jornaldelavras   (35) 99925.5481
 

A Dengue é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a principal doença negligenciada do mundo, ou seja, uma doença que acomete e gera mais sofrimento para as pessoas mais vulneráveis. No contexto mundial, a América do Sul é o local mais afetado e o Brasil, infelizmente, é responsável por mais de 75% dos casos nas Américas. Para nós, mineiros, estes primeiros meses, ou melhor, os primeiros 49 dias do ano de 2024 têm sido assustadores, com 218.265 casos suspeitos de dengue e mais de 25.500 casos suspeitos de Chikungunya. Somos o estado mais afetado do país até o momento, com 19 pessoas tendo dengue como causa de óbito confirmado e outros 122 casos em investigação, de acordo com o boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (Boletim SES). Vários municípios têm decretado estado de emergência devido à Dengue, como é o caso de Belo Horizonte, a capital do nosso estado.

Na outra ponta destes números frios encontram-se as pessoas afetadas pela doença, passando por sofrimento. Seja o seu próprio sofrimento ou o de pessoas próximas, especialmente de nossas crianças, os dias são difíceis com sintomas de febre, diarreia e dor de cabeça na primeira fase. Náuseas, enjoos, fraqueza, desidratação e prostração na fase de maior perigo de agravamento da doença e, finalmente, depois de mais alguns intermináveis dias, uma coceira no corpo, vermelhidão e a cura. Não existem remédios que curem a Dengue, mas existem vários que podem agravar a doença e aumentar exponencialmente o risco de complicações e morte, portanto, é importante ter prudência. Fazer repouso, se hidratar e usar com moderação alguns poucos remédios para minimizar os sintomas de febre e dor ajudarão a enfrentar a doença e afastar o risco da forma mais grave da Dengue.

É necessário o apoio do poder público e dos Prontos Socorros da nossa cidade e região. Esta epidemia de 2024 em Minas Gerais tem afetado a todos, mas as pessoas em condições de vulnerabilidade sofrem mais com a Dengue e precisam de apoio e suporte médico de forma urgente. Aumentar o número de médicos, enfermeiros, técnicos e profissionais de saúde em todos os níveis é prioritário. Reativar o hospital de Campanha e seus 26 leitos para hidratação venosa, aplicação de medicamentos para alívio de sintomas e exames que possam ajudar a identificar formas graves de Dengue é essencial para evitar que o número de mortes por essa doença cresça em nosso estado. Combater o vetor, ou seja, o mosquito é um fator decisivo neste momento. Precisamos incentivar nossos agentes de endemias e a população a erradicar os focos do mosquito, levando esse apelo para dentro das salas de aula e para os nossos inestimáveis professores. Não podemos nos acomodar e esperar que a Dengue se resolva por si só. É necessário montar um gabinete de crise com profissionais da secretaria de saúde, vigilância, comunicação, educação, assistência social, UFLA/Doenças Negligenciadas e secretaria de estado de saúde de Minas Gerais, entre outros, e lutar contra esta epidemia.

No nosso contexto regional, seria fundamental retomar a pesquisa de Vigilância Genômica, a semelhança do feito na pandemia de COVID-19 clique aqui e tenha acesso ao trabalho realizado. Hoje, são 4 sorotipos que circulam no Brasil, e entender sua distribuição é fundamental para preparar o serviço de saúde e atuar de forma estratégica nas ações de vigilância e controle. Clique aqui para ouvir o podcast O Assunto, com Natuza Nery.

Isso nos permitirá prever, ou seja, entender com antecedência, com base em Ciência e Pesquisa local, o que nos aguarda e o quão preocupante um cenário já grave pode se tornar ainda pior. É necessário que o poder público se mobilize, e como disse Guimarães Rosa: "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. Oa que ela quer da gente é coragem." A todos os gestores da nossa região, o momento é difícil, a vida dos prefeitos e prefeitas também, mas precisamos de vocês e precisamos que tenham coragem. Este momento vai passar, mas podemos, devemos e precisamos que todos façam sua parte.

José Cherem Médico Pesquisador do grupo Nupeb/Ufla Mestre em Ciências DME/UFLA e Doutorando pela mesma Universidade

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