Homem fala frases impublicáveis para a vítima, além de chama-la de "macaca", "feia" e "vagabunda". Vídeo cedido pela TV Boa Esperança / Silvano Damásio

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Um homem, de 53 anos, foi preso por injúria racial cometida contra uma mulher de 45 anos em Boa Esperança, no Sul de Minas. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), através do delegado Alexandre Boaventura (vídeo), investiga desde a tarde de sexta-feira, dia 26, a denúncia de injúria racial.

As agressões ocorreram na porta da casa da vítima, no centro daquela cidade. O caso foi registrado em vídeos pela vítima, que viralizaram nas redes sociais e são as provas do crime considerado hediondo. As imagens deverão ser analisados pela equipe de investigação.

Além da mulher, o suspeito teria cometido o crime de homofobia contra o proprietário do imóvel em que ele é inquilino, um homem de 32 anos.

As imagens são claras e mostram o suspeito chamando a mulher de "feia" e "macaca", e afirmando que ela "mexeu com a pessoa errada". "Chama a polícia, me põe na cadeia, vagabunda desgraçada, me põe na cadeia. Eu tô aqui em cima, eu não vou fugir não. Vagabunda, preta, macaca. Mexeu com meus cachorros, foi? Achou que eles não tinham ninguém por eles? Sua feia, encardida", frases que são mostradas no vídeo.

Não satisfeito com as agressões, ele ainda arranca um vaso de planta da entrada da casa da vítima e arremessa a planta em direção a mulher, que estava acompanhada de sua filha. No vídeo é possível escutar a voz e o choro de uma criança. "Calma, filha", diz a mulher e ainda completa: "o senhor está assustando minha filha de 4 anos".

Segundo o boletim de ocorrência da Policia Militar, a discussão aconteceu depois que a mulher teria pedido ao agressor para abaixar o volume de som e acalmar os cachorros, pois estavam atrapalhando uma outra vizinha. Ele negou atender ao pedido, até que a mulher comunicou ao proprietário do imóvel. O dono da casa entrou em contato com o inquilino, que novamente negou abaixar o volume da música e acalmar os cães.

O proprietário do imóvel, o homem de 32 anos, que acionou a Polícia Militar, em conversa com os policiais, contou o que aconteceu e disse que havia sido vítima do crime de homofobia via WhatsApp. Ele disse que guardou as mensagens enviadas pelo aplicativo de conversa e que irá apresentá-las em "momento oportuno", durante a investigação.

O agressor foi levado para a delegacia do município e a ocorrência foi registrada como injúria racial. Desde janeiro do ano passado que a injúria racial é equiparada ao crime de racismo.

Crime de racismo tem pena de multa e prisão de dois a cinco anos. Na prática, por ser um crime enquadrado na Lei de Racismo, o autor será investigado. Não é mais necessário que a vítima decida se quer ou não prosseguir com a apuração.