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Publicada em: 24/08/2023 21:25 - Atualizada em: 25/08/2023 10:05
Complexo de Clínicas Veterinárias do Unilavras terá vacinação contra raiva
Será de 28 de agosto a 1º de setembro, das 9h às 16h, na Rua João Batista Rezende, 67, no bairro Água Limpa

Foto ilustrativa: Jornal de Lavras

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A vacinação de cães e gatos contra raiva em Lavras terá um posto no Complexo de Clínicas Veterinárias (CCV) do Unilavras. O atendimento no local será a partir da próxima segunda-feira, 28 de agosto, e seguirá até a sexta-feira, 1º de setembro, das 9h às 16h. Nestes dias, outras ações de educação em saúde também serão trabalhadas no local. As temáticas abordadas vão incluir assuntos como castração, posse responsável, esporotricose, leishmaniose e raiva.

Ao menos dois homens já foram vítimas da raiva no Brasil neste ano: um após o contato com um bezerro infectado em Mantena (MG) e outro após ser mordido por um sagui em Cariús (CE). O vírus causador da doença mata 100% dos animais infectados e o índice de letalidade também é elevado para as pessoas que o contraem, caso não sejam vacinadas antes ou passem pela profilaxia pós-exposição, que pode ser feita com vacina ou soro antirrábico.

Essa alta taxa de letalidade destaca a importância da vacinação, conforme aponta a professora do curso de Medicina Veterinária do Unilavras Claudine Botelho. A docente é doutora em Ciências Veterinárias e leciona, na instituição, as disciplinas Clínica de Pequenos Animais e Laboratório Clínico Veterinário. De acordo com a professora, todos os mamíferos, inclusive o ser humano, são vulneráveis à infecção pelo vírus da raiva.

"A principal forma de transmissão, tanto para humanos quanto para outros mamíferos, é pela mordida de um animal infectado. O vírus também pode ser transmitido por meio da arranhadura de gatos ou através do contato com saliva em ferimento e ainda pela exposição intranasal em locais com grandes quantidades de vírus aerossolizados em condições de má ventilação, como cavernas, ou pela ingestão de carne crua contaminada ou leite não pasteurizado, já que o calor inativa o vírus", explica a docente do Unilavras.

A vacinação é a principal forma de prevenção. Para profissionais que tenham contato direto com animais, como médicos veterinários, estudantes de veterinária, auxiliares veterinários e funcionários de fazendas, existe a imunização pré-exposição. Além disso, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é fundamental para esses trabalhadores.

Sintomas

Existem dois tipos principais de manifestação da raiva: furiosa ou paralítica. Conforme a docente do Unilavras, o primeiro é o mais comum entre cães e gatos.

"O tipo furioso é caracterizado principalmente por mudança de comportamento: animais amigáveis podem ficar ariscos ou irritáveis e tentar morder, enquanto os bravos são capazes de ficar mais dóceis e afetivos. Os animais ficam inquietos e irritáveis, exibindo respostas exacerbadas a estímulos auditivos e visuais, aversão à luz, dor exagerada, mordendo objetos imaginários. Outros sinais que podem ser observados são apreensão, nervosismo, ansiedade, isolamento (solidão), febre, dilatação pupilar e convulsão", explica a doutora em ciências veterinárias e professora do Unilavras.

Já os sintomas mais comuns do tipo paralítico incluem mudança no tom do latido ou miado, salivação e paralisia, que começa no local da mordida e pode progredir para incoordenação dos membros e paralisia generalizada, terminando em coma e morte. Nos seres humanos, os sinais clínicos são febre, dor de cabeça, ansiedade, nervosismo, excesso de sensibilidade no local da mordida, excitabilidade, inquietação, movimentos involuntários, comportamento violento, salivação incessante e recusa a beber água, em função de espasmos dolorosos. A morte ocorre durante episódios convulsivos ou devido à parada respiratória por paralisia de nervos.

Como a doença não tem cura, nos casos em que a raiva não é letal, é feito somente um controle dos sintomas, por meio de ansiolíticos, analgésicos, antipiréticos, anticonvulsivantes e respiradores, por exemplo.

Outros animais

O morcego também é um dos principais transmissores da raiva para humanos, bovinos e equinos. Por isso, além da vacinação anual dos pets, é recomendável evitar o acesso desses animais domésticos à rua sem supervisão, para evitar o contato com os morcegos e outros animais que possam desencadear possível transmissão da doença. Além disso, deve-se evitar espaços que favoreçam a proliferação de morcegos.

Em animais herbívoros, como cavalos e bois, de acordo com a professora Cláudia Monteiro, também do curso de Medicina Veterinária do Unilavras, os sintomas são especialmente do tipo paralítico. Segundo a docente, que é doutora em reprodução animal e pós-doutora em ciência animal, a evolução da doença é rápida e progressiva, tanto em carnívoros quanto em herbívoros, de modo que o animal piora rapidamente e morre em cerca de sete dias após o início dos sinais clínicos.

"Os herbívoros (bovinos e equinos) apresentam dificuldade para andar (ataxia), o que leva o animal a ficar deitado (decúbito), e o quadro pode evoluir para convulsões", explica a professora do Unilavras. Ainda conforme Cláudia Monteiro, esses animais devem ser vacinados conforme orientação de médico veterinário. Esse é um dos fatores pelo qual esse especialista é fundamental em criações animais.

"Eles orientam sobre a movimentação, compra e venda desses animais. O veterinário também é o responsável pelo diagnóstico e notificação dos casos, auxiliando nas correções e medidas preventivas para o local", finaliza a docente do Unilavras.

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