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Publicada em: 29/06/2023 08:20 - Atualizada em: 29/06/2023 11:33
Nesta quinta-feira Lavras perdeu um filho adotivo e o Brasil uma referência: morreu Alysson Paolinelli
Alysson estava internado no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte

Alysson Paolinelli, responsável pela ocupação do Cerrado e por levar o Brasil a ser o maior exportador de grãos do mundo

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Alysson Paolinelli nasceu em 10 de julho de 1936, na cidade de Bambuí. Aos 15 anos veio para Lavras para cursar o ensino médio no Instituto Gammon, depois estudou agronomia na então Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) - hoje Ufla, onde se destacou como estudante, sendo duas vezes presidente do Centro Acadêmico. Ele se formou em Agronomia em 14 de dezembro de 1959.

Alysson foi convidado pelo professor John Henry Wheelock e Eduardo King Car para lecionar na ESAL, ele aceitou e assumiu duas cadeiras. Nesta época, a ESAL corria sério risco de fechar e ele foi um dos responsáveis pelo processo federalização.

Alysson assumiu o cargo de diretor da ESAL de 1966 a 1971, período de grande expansão da escola, e construiu o novo campus, a chamada ESAL nova. Seu trabalho se destacou e chamou a atenção dos governos federal e estadual.

Em 1971, ocupou o cargo de Secretário de Estado de Agricultura de Minas Gerais, assumiu o cargo que tinha como objetivo maior o aumento da produção de alimentos, alinhado aos conceitos de sustentabilidade.

O trabalho de Paolinelli chamou a atenção do Governo Federal, assim assumiu, de 1974 a 1979 o cargo de Ministro da Agricultura, onde programou uma política marcante para o setor e para o desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro. Nesta época, muitas áreas do país eram improdutivas ou produziam pouco, foi quando começou a ocupar novos biomas, uma ideia que surgiu ainda quando estava em Lavras, na ESAL. Alysson procurou as principais instituições de ensino na área das ciências agrárias: ESAL em Lavras, UFV de Viçosa e a UFMG, em Belo Horizonte.

Nesta época Paolinelli contou com a ajuda de um parceiro importante, um especialista em solos, o professor Alfredo Scheid Lopes, falecido em 23 de maio de 2020. Ambos foram responsáveis pelo maior salto científico e tecnológico que colocou a agricultura tropical, ocupando o Cerrado brasileiro e transformando o Brasil num dos maiores produtores de alimentos do planeta. Alysson foi também, responsável por lançar o embrião da produção cafeeira em Minas Gerais.

Como Ministro da Agricultura, Alysson também modernizou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ajudou no desenvolvimento do Proálcool. Posteriormente, presidiu a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e elegeu-se deputado federal por Minas Gerais nas eleições de 1986, fazendo parte da Assembleia Nacional Constituinte de 1987 a 1988. Foi chefe da Delegação Brasileira na Conferência Mundial de Alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) e presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior do Brasil.

Ele recebeu, em 2006, o prêmio World Food Prize, que condecora personalidades que contribuíram significativamente para o aumento da qualidade e da quantidade de alimentos no mundo, prêmio considerado como o Oscar na área da agricultura. Ele foi também presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e do Instituto Fórum do Futuro, além de embaixador da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Em 2012, recebeu uma homenagem da cidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, um busto seu foi colocado na sede do Sindicato Rural daquela cidade, Alysson compareceu à solenidade.

Em 2021, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pela contribuição e dedicação à agricultura tropical, segurança alimentar e sustentabilidade que as novas tecnologias trouxeram à produção de grãos no Cerrado brasileiro em larga escala.

Em 21 de abril de 2021, o então vereador Marcos Possato apresentou um projeto de lei concedendo o título de Cidadão Honorário ao Ex-ministro da Agricultura, o projeto foi aprovado por 16 dos 17 vereadores de Lavras, votou contra apenas a vereadora Carol Coelho, que hoje ocupa a presidência da Câmara Municipal de Lavras. Alysson Paolinelli não chegou a receber o título proposto por Possato.

Há três meses, Alysson passou por um processo cirúrgico para a colocação de uma prótese no quadril. Após o procedimento cirúrgico ele teve uma gripe que evoluiu para pneumonia, que complicou o seu quadro. A medicação ministrada para o seu restabelecimento comprometeu os rins, e isso desencadeou uma série de complicações, inclusive do aparelho respiratório.

Ele morreu hoje, quinta-feira, dia 29, às 6h15, aos 86 anos, deixando esposa e cinco filhos: Alexandre, Gustavo, Rodrigo, Daniela e Alysson Filho. O velório será realizado no Palácio da Liberdade a partir das 15h e o sepultamento será amanhã, sexta-feira, dia 30, às 11h, no Cemitério Parque da Colina. 

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