José Cherem quando prefeito de Lavras em coletiva no dia 20 de abril do ano passado. Foto: Jornal de Lavras

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No dia 20 de abril de 2020, o então prefeito José Cherem, em uma coletiva de imprensa, falou sobre a pandemia do novo coronavírus que havia começado no mês anterior e, em Lavras, as medidas protetivas tomadas pelo então prefeito foram pioneiras na região.

Naquele dia, depois da explanação sobre como seria a flexibilização do comércio naquela época em Lavras, o então Chefe do Executivo respondeu aos questionamentos da imprensa. Na ocasião, perguntamos ao então prefeito José Cherem se ele, como prefeito e principalmente como médico, tinha alguma previsão sobre o número de mortes que poderia ocorrer em Lavras em decorrência da Covid-19. Salientamos que naquele dia, 20 de abril, ainda não havia caso de óbito decorrente da Covid em Lavras, o primeiro foi em maio, mas já havia casos da doença na cidade, visto que o primeiro foi no dia 30 de março.

O então prefeito José Cherem disse que esse modelo matemático não era muito confiável, mas que basicamente se acreditava que 10 a 15% da população seria infectada, o que daria entre 10 e 20 mil pessoas, desses, 10% talvez tivesse sintomas, 1% poderia ter complicações graves.

Em números, José Cherem disse que numa cidade do porte de Lavras, o número de óbitos para um quadro menos pior de acordo com as previsões médicas e científicas que já tinham, seria de até 50 mortes, e num quadro mais catastrófico, a partir de 50.

Na última terça-feira, dia 8, foi confirmada a 50ª morte em Lavras e, de acordo com o que disse no ano passado o médico José Cherem, que hoje é o coordenador de um dos mais modernos laboratórios do Brasil para realização de testes moleculares de diagnóstico de Covid, o LabCovid, a partir de agora entramos em um caminho que pode se tornar catastrófico.

No dia 31 de dezembro, o quadro em Lavras já era muito triste, mas ainda dentro da previsão: tínhamos 876 casos confirmados com 34 óbitos de moradores de Lavras e 14 de outras localidades que faziam tratamento nos hospitais da cidade.

Ontem, 68 dias depois, data do último boletim divulgado, o quadro é o seguinte: pulamos de 876 casos para 2.052, um acréscimo de 1.176 novos casos; em número de óbitos de moradores de Lavras, pulamos de 34 para 50, um acréscimo de 16 óbitos e em número de óbitos de moradores de outras localidades, o salto foi ainda maior: pulamos de 14 para 44, um aumento de 30 óbitos. Se somarmos todos os óbitos ocorridos em Lavras nestes 68 dias, temos 46 mortes só neste período.