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Publicada em: 23/10/2019 15:00
Santa Casa de Lavras realiza cirurgia inédita na região do Sul de Minas
O método inovador de procedimento cirúrgico é realizado em poucos hospitais do Brasil e foi coordenado pelo neurocirurgião Heber de Lima Ribeiro

Uma micro câmera é introduzida numa incisão de meio centímetro, a cirurgia é realizada através de micro instrumentos, sem deixar cicatrizes e proporciona rapidez na recuperação do paciente   

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A saúde em Lavras tem história, e um capítulo desta história foi escrito pelos profissionais da Santa Casa, grandes médicos passaram por aquela unidade de saúde e ajudaram a escrever um capítulo das memórias.

Muitas coisas são registradas e outras não, dentre as registradas destacamos uma cirurgia realizada em 1915, na Santa Casa de Lavras, foi uma das mais importantes cirurgias que se tem notícia até os dias de hoje. Os médicos Paulo Menicucci, Oscar Botelho, Plínio Morais e João da Silva Penna, extirparam um fibroma de 40 quilos do corpo de uma mulher, que sobreviveu e durante três meses foi obrigada a reaprender a andar. O fibroma, até então um dos maiores do mundo, foi retirado através de uma laporatomia ampla, do epigástrio ao púbis. A cirurgia foi documentada pelo fotógrafo Antônio Costa Júnior e as fotos, encontram-se nos arquivos do Museu Bi Moreira.

Em abril de 1974, uma equipe médica comandada pelo cardiologista Paulo Henrique Celani e composta dos seguintes profissionais: Hélio Haddad, Rêmulo Tourino Furtini e Hugo Paiva Teixeira, todos da Santa Casa de Misericórdia, implantou pela primeira vez no interior do País um marca-passo no coração de um paciente.

Todo o trabalho foi acompanhado por profissionais do Hospital das Clínicas de São Paulo, através de um dispositivo conectado em um aparelho telefônico da Santa Casa a um computador no Hospital das Clínicas.

A cirurgia, que teve início na madrugada do dia 24 de abril, foi um sucesso absoluto e, mais uma vez Lavras despontou no cenário nacional, graças à habilidade e a competência destes profissionais.

Em novembro de 1985 a equipe médica composta dos seguintes profissionais: Sérgio Dutra, Walter Drummond e João Marcos Pádua, sob o comando do oftalmologista Álvaro Zica de Carvalho, realizou em Lavras o primeiro transplante de córneas. José Rita Ferreira e João Carlos Alvarenga, da cidade de Perdões, receberam às córneas de um doador de Santo Antônio do Amparo. A cirurgia foi coroada de pleno êxito. 

Em 1988 foi realizada na Santa Casa de Lavras a primeira cirurgia de Autoplastia Total do Quadril, até então realizada apenas nos grandes centros. A cirurgia foi realizada com grande sucesso pelos médicos: Fábio de Brito Barbosa e Aloísio Romualdo da Silva. 

Em 1992 dois grandes feitos daquela casa de saúde, o primeiro foi em maio, quando foi realizado o primeiro transplante de órgãos em Lavras. Agnel Eugênio Passos, de 49 anos, recebeu um rim doado por sua irmã, Neuza Maria Guimarães, de 35 anos. A cirurgia realizada com absoluto sucesso, foi administrada por uma equipe médica do Hospital Vera Cruz, de Belo Horizonte e pelos médicos Gibran Scarpone Sales e Marcelo Gadben, da Santa Casa de Misericórdia. 

A outra cirurgia foi no mês seguinte, um junho, os médicos Rodartino Rodarte Neto e Pedro Álvaro Zica, realizam pela primeira vez em Lavras e na região uma cirurgia vascular denominada "Beg Pass", nas dependências da Santa Casa. A cirurgia que durou 8 horas foi realizada no paciente Célio Miranda Neves e foi um sucesso.

Agora uma outra cirurgia entra para a história da Santa Casa, já foram três cirurgias realizadas através deste novo e inovador método, o trabalho foi realizado e coordenado pelo neurocirurgião Heber de Lima Ribeiro, ele aplicou um método inédito na região. Nas cirurgias tradicionais é feita uma incisão no tecido utilizando instrumento cortante, depois de aberto uma cavidade o médico faz os procedimentos.

O método utilizado pelo neurocirurgião Heber de Lima Ribeiro foi inovador, um método que vem sendo difundido no mundo todo e foi realizado na região do Sul de Minas pela primeira vez. O método consiste numa pequena incisão de meio centímetro e através dela é introduzida uma câmera que monitora todo o trabalho, o que proporciona ao paciente uma recuperação rápida e sem deixar cicatrizes.

Este procedimento foi um marco para a história da medicina em Lavras e na região, é um procedimento realizado apenas em um grupo muito seleto de hospitais pelo Brasil e no mundo devido à complexidade da cirurgia. Ele demanda treinamento da equipe cirúrgica e da disponibilidade do material. Agora a Santa Casa de Lavras vai oferecer esta modalidade de tratamento. 

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