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O crescimento populacional obriga aumentar a produção de alimentos no mundo, porém, em algumas regiões faltam espaço, água, terras agricultáveis e outros fatores que associados a miséria dificultam a expansão agrícola. Menos alimento, mais pessoas com deficiência. A fortificação de alimentos tem sido uma força utilizada para suprir e corrigir manifestação de deficiência e assegurar que a ingestão de vitaminas e minerais atinja os níveis recomendados.
Na Universidade Federal de Lavras (Ufla) está sendo desenvolvido um trabalho de fortificação do arroz, já que ele é a dieta alimentar de todos os brasileiros e em grande parte do mundo, o arroz está na mesa de milhões de pessoas.
Sua importância é tamanha que seu cultivo é realizado nos cinco continentes. Dados da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) apontam que o consumo brasileiro de arroz é de aproximadamente 52,5 quilogramas por habitante por ano. Fonte de carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas, o alimento é um dos grandes aliados para conter a fome no mundo.
A professora Flávia Barbosa Silva Botelho coordena na Ufla o Programa Melhor Arroz, realizado em parceria com a Epamig e a Embrapa Arroz e Feijão. Entre as linhas de pesquisa desenvolvidas pelo programa, há cerca de dois anos teve início a biofortificação com zinco e selênio.
"O Departamento de Ciência do Solo (DCS) entra com a biofortificação agronômica, e nós entramos com a biofortificação genética, que estuda a variabilidade genética dos nossos materiais para que o produtor possa aplicar zinco ou selênio de forma que esse nutriente possa ser absorvido da melhor forma pela planta. Assim, teremos um grão totalmente biofortificado por zinco e selênio", explica Flávia.
De acordo com a pesquisadora, são avaliados mais de 40 genótipos do banco de elite de grãos de arroz - que são sementes que já foram testadas e estão no programa de melhoramento há mais de oito anos. "Começamos primeiro testando 20 linhagens elites do nosso programa, e verificamos que algumas absorvem a quantidade perfeita de zinco para recomendação. No momento em que lançarmos essas linhagens com melhores resultados, elas serão um diferencial de escolha pelo seu apelo político e social".
Após identificarmos as linhagens com maior potencial de absorção dos nutrientes, elas foram plantadas na Fazenda Experimental da Ufla. Há um experimento de arroz biofortificado com zinco, outro com selênio e um blend com ambos. Eles serão avaliados em breve. A pós-doutoranda em Ciência no Solo, Ana Paula Corguinha, explica como é feita a parceria. "Utilizamos três variedades dos experimentos da professora Flávia, e fazemos a aplicação dos micronutrientes via solo ou de maneira foliar". Após avaliação da produtividade, as amostras de grãos e de folha que estão sendo cultivadas são encaminhadas para análise das concentrações de micronutrientes para avaliar quais variedades tiveram melhor resposta às aplicações.
Para a professora Flávia, o foco principal para o consumo biofortificado de arroz seriam as escolas e creches públicas como forma de melhorar a alimentação das crianças, e também de famílias de baixa renda, já que o arroz é a base de nossa dieta e dessa forma contribuiria para diminuir a chamada fome oculta. "O arroz é uma questão social; trabalhando com essa cultura, estamos alimentando o mundo", disse.
Os novos conceitos de otimizar funções fisiológicas e prevenir doenças crônicas, associado ao fato da sociedade moderna preocupada com a saúde física, resultam em um aumento na produção e comercialização dos alimentos fortificados.
O impacto da fortificação na dieta total precisa ser considerada, pois deve ser adicionado numa forma biologicamente disponível, além de apresentar segurança contra ingestão excessiva, ao nível de toxidez.
O trabalho tem por objetivo apresentar a definição e pontos importantes da fortificação de alimentos, a importância das vitaminas e minerais para saúde humana, a legislação vigente: Portaria n° 31, Portaria n° 33, Portaria n° 27, Portaria n° 42 e a Resolução n° 40 relativos à alimentos fortificados, e os alimentos comercializados.
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