Muitas pessoas saltavam do prédio em chama para não morrerem queimadas. Imagem extraída de um documentário do YouTube
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O mês de fevereiro é marcado por grandes tragédias, grandes incêndios.
Há 47 anos o Brasil parava para ver ardendo em chamas o edifício Andraus, em São Paulo, o incêndio matou 16 pessoas e feriu 330. O incêndio no Andraus foi no dia 24 de fevereiro de 1972.
Mas a maior tragédia de São Paulo ainda estava por vir, foi no dia primeiro de fevereiro de 1974, há exatos 45 anos, no edifício Joelma. O incêndio no edifício Joelma começou numa manhã de sexta-feira, com chuva fina. Do alto do edifício pessoas se atiravam para fugir das chamas. Os bombeiros lutaram contra o fogo por mais de 10 horas, mesmo assim o incêndio deixou 187 mortos, mais de 300 feridos e a lembrança de algumas das cenas mais dramáticas da história daquela capital. Hoje o Joelma tem outro nome: "Praça das Bandeiras". Curiosamente, quem trabalha no prédio relata diversas histórias sobrenaturais no edifício. Quem visita o prédio não pode filmar ou fotografar o seu interior.
Foi também no mês de fevereiro, dia 14, de 1981, há 38 anos, que o edifício Grande Avenida, na avenida Paulista, sofreu um incêndio de grandes proporções, que causou a morte de 17 pessoas e deixou outras 53 feridas. A causa, de acordo com os peritos do Instituto de Criminalística, havia sido um curto-circuito na rede elétrica, ocorrido a partir de uma fiação solta no forro, além de inúmeras falhas nas instalações do edifício.
Mais recentemente outro incêndio assustou os paulistanos, Foi no Liceu de Artes e Ofícios, o incêndio também foi em fevereiro, no dia 4, de 2014. Um curto-circuito causou um incêndio que danificou 30 réplicas de esculturas da Grécia Antiga e Renascimento que estavam no centro cultural do Liceu de Artes e Ofícios, no centro de São Paulo. Ninguém ficou ferido.
A maior tragédia do Brasil não foi em São Paulo, foi em Niterói, há 58 anos. Foi no dia 17 de dezembro de 1961 que o Brasil viveu uma das maiores tragédias de sua história, que ganhou a mídia de todo o mundo, foi o do Gran Circo Norte-Americano, com a fama de ser o maior da América Latina. No dia 17 de dezembro de 1961 o espetáculo começou com alegria, mas três criminosos atearam fogo no circo e 503 pessoas morreram, sendo 70% delas crianças. Muitas pessoas morreram pisoteadas e a tragédia ganhou esta proporção também pela falta de socorro imediato, pois o principal hospital da região, o "Antônio Pedro", estava com suas portas fechadas devido a uma greve de acadêmicos que defendiam a federalização do estabelecimento por melhores condições. O então presidente João Goulart foi para Niterói no dia seguinte. A tragédia comoveu o mundo: o Papa João XXIII pediu que o mundo orasse pelos brasileiros e lamentou as centenas de mortes, a maioria delas de crianças.
O socorro chegou de todos os lados do Brasil. De Lavras, um grupo de voluntários, ligado à área da saúde, se deslocou até Niterói para poder ajudar as quase duas mil pessoas feridas, que foram alojadas em hospitais de Niterói, Rio de Janeiro e nas bases montadas pelo Exército, Marinha e Aeronáutica.
Também em Lavras que aconteceu um fato marcante ligado a esta tragédia: naquela época, há mais de 50 anos, a pecha de "contrabandista" era muito pesada, igual hoje a de traficante. No Rio de Janeiro faltou um determinado medicamento para atender queimados, o medicamento era importado dos Estados Unidos. Mas diante da tragédia que abalou o mundo, um de Lavras contrabandista procurou as autoridades e confessou que trabalhava com o ilícito, porém, ele disse que havia uma grande quantidade do medicamento em seu poder e que estava disponibilizando a carga para atender as crianças do circo. O medicamento foi transportado para o Rio de Janeiro e o contrabandista respondeu um processo, porém, devido ao seu espírito generoso, ele não foi condenado.
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