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Publicada em: 02/12/2018 12:44 - Atualizada em: 02/12/2018 18:46
HVM realizou 50 de cirurgias cardíacas sem registrar óbitos
Vaz Monteiro sucesso em cirurgias cardíacas, atendimento via SUS para Lavras e baixíssima necessidade de transfusões de sangue

As cirurgias cardíacas realizadas no HVM tiveram aproveitamento de 100%, nenhum caso de infecção e nenhuma morte

 

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A medicina é uma ciência que avança conforme a necessidade. Mas a medicina também é feita de desafios: até por volta de 1940, havia um conceito médico estabelecido de que era impossível se fazer uma cirurgia no coração humano. O coração era intocável! Muitos da classe médica era dogmática em afirmar que os pacientes morreriam em tal cirurgia, mas hoje a intervenção cirúrgica cardíaca a céu aberto é considerada um dos mais importantes avanços médicos do século XX

A grande preocupação, em meados do século passado, eram os muitos casos de crianças com Tetralogia de Fallot, conhecidas como "Bebês Azuis" e que precisavam de uma correção cirúrgica no coração para sobreviver. Em1944, no Johns Hopkins Hospital, o médico Blalock realizou a primeira cirurgia cardíaca pediátrica, sendo este um dos maiores marcos da história em cirurgia cardíaca.

Já o primeiro relato de cirurgia de coração a céu aberto em adulto ocorreu em 1952, quando o cirurgião John Lewis corrigiu uma comunicação interatrial, no Hospital da Universidade de Minnesota (EUA). Desde então, a cirurgia cardíaca se tornou um dos procedimentos mais realizados no mundo. A amplitude de sua utilização se reveste da maior importância para todas as faixas etárias.

O Brasil é o segundo país no mundo em número de cirurgias cardíacas realizadas anualmente, com mais de 100 mil cirurgias/ano, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que dominam o ranking com cerca de 300 mil cirurgias/ano. Estamos na frente de nações como Alemanha, Reino Unido e Japão.

A medicina está avançando também em nossa cidade de Lavras. Vários procedimentos de alta complexidade, principalmente na área da cardiologia, já vêm sendo realizados em nosso meio há alguns anos. Em fevereiro de 2017, através de uma iniciativa da atual administração municipal, preocupada com a demora em atendimento dos pacientes lavrenses pelo SUS em outras cidades como Varginha, Pouso Alegre, Poços de Caldas e Belo Horizonte, retomou-se o serviço de cirurgia cardíaca no Hospital Vaz Monteiro.

Desde então já foram realizadas quase 50 cirurgias, incluindo revascularização miocárdica ("Cirurgia de Ponte de Safena"), troca valvar mitral, troca valvar aórtica, cirurgia para correção de cardiopatias congênitas (crianças). Isto evidencia que o hospital está preparado para realizar toda e qualquer cirurgia cardíaca, desde as mais simples até as mais graves e complexas. Segundo o coordenador de cardiologia do Hospital, Dr. Marcos Cherem, o que é mais importante para o serviço é o resultado: 100% de sucesso. Nenhuma infecção. Nenhuma morte.

Vários fatores têm contribuído para isso: o Vaz Monteiro conta com uma equipe multidisciplinar extremamente competente: três cirurgiões cardíacos com longa experiência em São Paulo no Hospital Beneficência Portuguesa (Frederico Nunes e Lucas Paraizo) e em Belo Horizonte no Hospital das Clínicas UFMG e Hospital Vera Cruz (Thiago Breguez); quatro anestesistas (Márcio Sérgio, Ricardo Gama, Leonardo Bizotto e Victor Bahia), uma perfusionista (Rosângela Xavier), além de vários profissionais experientes na área de fisioterapia e enfermagem. Também tem sido fundamental uma UTI moderna, com mais de 15 médicos coordenados pelo clínico e intensivista Rubens Altair Amaral de Pádua, totalmente equipada para atender todas as urgências e emergências dos pacientes operados.

Para o cardiologista Antonio Alceu dos Santos, que veio da Beneficência Portuguesa, onde coordenava uma das equipes daquele hospital, para o Vaz Monteiro em 2015, um dos principais fatores para o 100% de sucesso foi a aplicação de técnicas modernas para se evitar transfusão de sangue alogênico (sangue de outra pessoa). Neste período, apenas dois pacientes operados receberam hemotransfusão. Segundo Antônio Alceu evitar ou reduzir transfusão em cirurgia cardíaca é uma tendência mundial e que a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) tem recomendado desde 2010. Na realidade é um programa internacional conhecido como PBP (Patient Blood Management). Já aplicado em vários hospitais em nosso país.Este programa reúne em três pilares as principais opções terapêuticas as transfusões de sangue alogênicas (doado):

1º Pilar: Tratar toda e qualquer anemia: sulfato ferroso, ácido fólico, vitamina B12, eritropoietina.

2ºPilar: Minimizar perda de sangue em cirurgias: cauterizar o máximo de vasos sanguíneos;colher o mínimo necessário de sangue, evitando coletas laboratoriais excessivas;uso de medicamentossistêmico e tópico para parar sangramento. 

3º Pilar: Otimizar a tolerância fisiológica de cada pacienteà anemia: significa manter o paciente em ventilação mecãnica com 100 % de oxigênio para assegurar a oxigenação dos tecidos mesmo em um estado de anemia gravíssimo.

Mediante a utilização de uma ou múltiplas opções terapêuticas é possível diminuir o número de doentes transfundidos e a quantidade de sangue e seus componentes administrados a cada doente.

Os benefícios não estão restritos à esfera econômica, mas também à incidência e à gravidade das complicações, em particular a mortalidade, relacionadas às hemotransfusões alogênicas. Já está cientificamente demonstrado que a implantação de um programa de estratégia transfusional em cirurgia cardíaca reduz em 47% a taxa de morte e em 50% os custos hospitalares pós-cirúrgicos.

Outro fato comprovado pelas pesquisas é que o sangue mais seguro para receber em uma transfusão seria seu próprio sangue, já que ele tem sua marca registrada, o DNA presente em suas células com seus antígenos e anticorpos próprios. Portanto, não oferece nenhum risco de reação imunológica ou inflamatória. 

Para Antônio Alceu, quando se tem o propósito e o envolvimento multiprofissional entre clínico, cirurgião, anestesiologista e médico de terapia intensiva para gerenciar e conservar o sangue autólogo (da própria pessoa) é possível realizar cirurgias graves e complexas sem precisar utilizar sangue de outra pessoa (sangue doado). Isto é aplicar o programa PBM.

Conclui Antônio Alceu que "omelhor e mais seguro sangue para transfusão é o seu próprio sangue. A melhor transfusão de sangue é aquela que o paciente não recebeu".

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