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Publicada em: 07/11/2018 20:23 - Atualizada em: 08/11/2018 09:40
Pesquisa na Ufla usa microrganismos no tratamento de resíduos oleosos
Apenas 10% dos óleos de cozinha são reciclados, o restante é despejado na pia, no chão, jogado no lixo e outras formas inadequadas

Descarte inadequado do óleo de cozinha pode comprometer o meio ambiente e a tubulação de sua casa. Foto extraída do site leonardoconcon.com.br

 

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O descarte inadequado do óleo de cozinha usado pode gerar graves danos ambientais, o descarte de forma incorreta, como ralos de pia, bueiros, vasos sanitários e outras formas, podem degradar o meio ambiente. As populações de microrganismos aeróbios começam a diminuir pela falta de oxigênio, dando espaço para a proliferação de microrganismos anaeróbios. Grande quantidade de sais minerais (principalmente fosfatos e nitratos) provenientes dessa massa morta (organismos mortos e esgoto) em decomposição começa a se misturar na água.

A grande quantidade de sais minerais favorece o aparecimento e proliferação de plantas aquáticas e algas pluricelulares que se instalam na superfície da água dificultando a passagem da luz para as camadas inferiores da coluna d'água. Tendo sua fotossíntese bloqueada pela ausência de luz, as algas bentônicas começam a morrer, diminuindo ainda mais a quantidade de oxigênio dissolvido.

Cada litro do produto pode contaminar 20 mil litros de água e provocar a morte de vários seres vivos. Já o descarte correto permite a reciclagem do resíduo e a produção de produtos que vão gerar renda e ajudar a movimentar a economia. O mais importante deles é o biodiesel, combustível mais limpo do que os fósseis em uma proporção de até 70%.

Estima-se que apenas 10% dos resíduos de óleo de cozinha são reciclados e o restante descartados de forma incorreta. Minimizar esse tipo de impacto, buscando alternativas para o tratamento de resíduos oleosos, é o objetivo da pesquisa desenvolvida pela doutoranda Marcela Melo no Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola da Universidade Federal de Lavras (Ufla). 

A pesquisa baseia-se em experimentos com organismos microscópicos, como bactérias, fungos e leveduras. No mestrado, finalizado recentemente, Marcela trabalhou com microrganismos presentes no alperujo, resíduo muito oleoso derivado do processamento do azeite de oliva. Foram isoladas leveduras e bactérias produtoras de limpasse, enzima cuja principal função é quebrar a gordura em moléculas menores.

As leveduras e as bactérias foram introduzidas, em conjunto, em um meio de cultivo composto por 50% de água, 50% óleo de cozinha já usado na fritura de alimentos e uma mistura de 1% de nitrogênio e fosfato, necessária para induzir o crescimento dos microrganismos. "Os resultados demonstraram que os microrganismos conseguiram degradar o óleo", afirma a pesquisadora.

A quebra das moléculas de óleo confirmou a aplicabilidade das leveduras estudadas no tratamento de resíduos. De acordo com a pesquisadora, os microrganismos podem ser utilizados para tratamento de detritos domésticos e industriais. "Em uma indústria de laticínios, por exemplo, as leveduras produtoras de lípase" (enzima presente no organismo humano, principalmente no pâncreas, intestino e fígado) "podem ser usadas após o tratamento primário de resíduos, para reduzir a alta concentração de gordura e não comprometer as fases seguintes do tratamento", explica Marcela.

Até o momento, foram realizados experimentos em escala laboratorial, em condições ambientais totalmente controladas. Para a aplicação prática dos microrganismos, no entanto, é necessário realizar experimentos também em estações de tratamento de resíduos, onde fatores ainda não considerados na pesquisa também podem interferir.

A dissertação foi orientada pela professora Cristina Batista, coordenadora do Núcleo de Estudos em Microbiologia Ambiental e Industrial. De acordo com a docente, a pesquisa foi norteada pelo objetivo do núcleo de "buscar soluções ou alternativas de aproveitamento e, simultaneamente, de tratamento de resíduos que são produzidos n! a indústria e dentro de nossas casas".

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