Rosa Luto
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A ordem natural da vida é perdemos nossos pais, o que é uma dor terrível, um sentimento profundo que nos abala profundamente, enfrentar a orfandade, inclusive para pessoas adultas é muito dolorido.
Mas e quando esta ordem natural da vida se inverte, quando os pais são obrigados a enterrar seus filhos? Quem é que não sente um aperto no peito ao imaginar a dor da perda de um filho? Não há palavras capazes de traduzir fielmente um sentimento tão cruel, é uma dor imensurável. Esta semana duas famílias estão passando por esta experiência, uma da jovem Juliana Victoria Mendonça Silva, de 15 anos e, a outra, de Helton Lucas Tostes de Assis, de 17 anos.
Os pais de Helton, Marco Antônio de Assis e Gleicemara Aparecida Tostes de Assis, foram obrigados, além da perda do filho, a passar por uma dor provocada por pessoas insensíveis, que não se preocuparam com o sentimento de dor e perda da família do jovem e fizeram duras críticas ao seu comportamento nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp.
Helton era um jovem responsável, trabalhador com carteira assinada, ele trabalhava numa loja de comércio de sementes e rações desde os 16 anos, nunca se envolveu com drogas e nunca teve passagem pela polícia, era o que costumamos chamar de "menino bem criado", ele era neto, sobrinho e primo de militares.
Sua marca era sua alegria, tinha muitos amigos e era trilheiro e, como tal, era apaixonado por motocicletas, sendo esta paixão a responsável pelo seu trágico acidente ocorrido no domingo, dia 17, que ceifou duas vidas ainda na adolescência.
De acordo com pessoas próximas a ele e que de fato conheciam o jovem, Helton morreu por medo e não por irresponsabilidade, como algumas pessoas escreveram nas redes sociais. De acordo com eles, o motivo provável dele não ter parado a moto foi medo: medo de decepcionar o amigo que havia lhe emprestado a motocicleta, medo de decepcionar os pais que tanto o aconselhavam e muitas vezes tentaram o impedir de pilotar motos.
A família de Helton e seus amigos repudiaram todos os comentários maldosos e inconsequentes que tentaram macular sua imagem, a imagem de um jovem que em vida foi íntegro e que agora morto necessita descansar na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A família e os inúmeros amigos de Helton sabem que nesta fatalidade não precisam de juízes, precisam somente da paz, amor e solidariedade que somente os bons e puros de coração podem transmitir à família.
E aos críticos que se escondem sob o argumento de que estão apenas aconselhando que outros jovens não façam o mesmo (mas fazem isso propagando discurso de ódio), que este episódio lhes sirvam também de conselho para se colocarem no lugar do outro em momentos de tamanha dor. O conselho é simples: não digam – ou escrevam – sobre o outro, o que não gostariam que fizessem com você em um momento como este. Tirar conclusões sobre a índole de uma pessoa e fazer julgamentos tomando como base apenas a narração dos fatos de um episódio (no caso, das reportagens de como aconteceu um acidente), é desumano.
Hoje, sábado, dia 23, às 18h30, a família enlutada se reunirá com amigos na igreja Nossa Senhora do Carmo, na avenida Juscelino Kubistchek, para a celebração da Missa de 7º Dia.