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Publicada em: 22/01/2018 15:40 - Atualizada em: 22/01/2018 22:59
Você já ouviu falar da Fábrica Velha de Lavras? Sabe onde era? Conhece a sua história? Veja fotos
Um passeio pelas ruínas da Fábrica Velha, a maior indústria instalada em Lavras no século XIX

Distribuidora de força e luz da usina da Fábrica Velha. Fotos: Rogério Salgado

 

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Em Lavras e região tem muita gente que tem uma paixão em comum: a fotografia, essas pessoas se juntaram e formaram um grupo, é o Fotógrafos Amadores de Lavras. Estes amigos saem nos finais de semana para fazer passeios na região e registrar cenários belíssimos, eles conseguem captar imagens que, para nós, que não temos a sensibilidade dos fotógrafos, passam despercebidas.

Neste final de semana o grupo de Fotógrafos Amadores de Lavras visitou um lugar bem próximo, mas desconhecido pela maioria dos lavrenses e, a maioria dos que sabem da existência deste lugar, não o visitaram, é a "Fábrica Velha", no trevo de Lavras, às margens da rodovia Fernão Dias e do rio Grande.

A Fábrica Velha, como era conhecida a Companhia de Fiação e Tecido União Lavrense, foi organizada no dia 24 de fevereiro de 1886, há 131 anos, e seus primeiros diretores foram o comendador José Duarte da Costa Negrão e o tenente coronel Manoel Hermeto Corrêa da Costa.

Dois meses depois de sua organização, a direção adquiriu o terreno para a construção do complexo, isso foi no dia 21 de abril de 1886. Segundo o livro de registros número 24, folhas 2, 3 e 4, do Cartório do 1º Ofício, a Companhia União Lavrense, representada pelo comendador José Duarte da Costa Negrão, adquiriu do major Saturnino José de Pádua e outros, um terreno às margens do rio Grande, para instalar sua fábrica de tecidos.

Para se ter uma ideia do tamanho do complexo, foram gastos quatro anos para construir o parque fabril, ela só foi inaugurada no dia 5 de fevereiro de 1890. Foi a maior fábrica da região instalada em Lavras. Foram construídos uma usina geradora de energia elétrica, uma igreja, grandes galpões que abrigavam o maquinário, um cinema, o primeiro da região, para o entretenimento dos funcionários e seus familiares, já que uma vila com dezenas de casas também foi construída.

A "Fábrica Velha" tinha vida própria, um comércio movimentado e até um cemitério. As casas tinham energia elétrica, um luxo que a cidade de Lavras só foi beneficiada muitos anos depois, em 27 de julho de 1909. A Fábrica tinha também um porto onde atracava o Vapor "Doutor Jorge", que navegava pelo rio Grande entre Ribeirão Vermelho e Capetinga, com paradas em 14 estações de embarque e desembarque de mercadorias e passageiros, uma dessas estações era a Estação da Companhia de Fiação e Tecido União Lavrense.

O comendador José Duarte da Costa Negrão, fundador da fábrica de tecidos União Lavrense, faleceu no dia 31 de agosto de 1908, ele era casado com Maria Ignez da Costa Negrão, o casal era avós do ex-ministro do Trabalho, ex-deputado federal e ex-prefeito de Belo Horizonte, Otacílio Negrão de Lima; do professor Oscar Negrão de Lima, médico e acadêmico da Academia Mineira de Letras; do Dr. Francisco Negrão de Lima, ex-deputado federal, embaixador e governador do estado da Guanabara; de Maria Luiza Pinto, esposa do deputado Clovis Pinto; Amélia Gomes Passos, esposa do deputado e secretário de estado Gabriel Rezende Passos; e de Sara Gomes Kubitschek de Oliveira, esposa do ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Dona Maria Ignez da Costa Negrão morreu 27 anos após o falecimento do comendador José Duarte da Costa Negrão, ela morreu em Belo Horizonte, onde morava, no dia 31 de outubro de 1935. A Companhia de Fiação e Tecido União Lavrense foi remodelada e passou a pertencer ao grupo da Companhia Fabril Mineira, que tinha como presidente na época, 31 de agosto de 1916, o lavrense Francisco Salles, que também foi ministro, deputado, ex-prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais.

A "Fábrica Velha" foi desativada alguns anos depois por causa do surto de febre amarela que abateu sobre a região de Lavras. Parte do parque fabril foi transferida para a Zona Norte de Lavras, entre os prédios que ela ocupou, um deles é muito conhecido, pois abriga hoje o Supermercado GF, da Zona Norte.

Hoje as ruínas da "Fábrica Velha" não são muito visitadas, primeiro porque muita gente desconhece o local, depois, é uma propriedade particular e o acesso a ela tem que ser autorizado, e mais um ponto tem que ser ressaltado: é o lugar onde se concentra o maior número de cobras cascavel da região, inclusive, as cobras e os mosquitos da febre amarela foram responsáveis pela maioria dos sepultamentos no cemitério daquele lugar.

Participaram do passeio que conta uma parte da história da industrialização de Lavras, os fotógrafos: Fátima Alves, José Luiz de Freitas, José Márcio de Souza Andrade, Márcio Flavio Valentim Alvarenga, Robson Rodarte, Soliane Pereira e Rogério Salgado. As fotos que ilustram esta matéria foram captadas pelas lentes da máquina do dentista Rogério Salgado.

(Igreja da Fábrica Velha)

(Igreja da Fábrica Velha)

(Cemitério da Fábrica Velha)

(Cemitério da Fábrica Velha)

(Cemitério da Fábrica Velha)

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