Quem somos
|
Arquivo
|
Anuncie
|
Contato
|
Sua página inicial


início
prêmios
lavras tem
agenda
busca


/ /


Publicada em: 20/10/2017 00:42 - Atualizada em: 20/10/2017 13:48
Caso Jamille no Graal de Perdões: Polícia Civil concluiu que ela mentiu e responderá criminalmente pelo seu ato
Ela disse que duas pessoas testemunharam a cena, e passou o Facebook das testemunhas, mas a PC descobriu que se tratavam de perfis falsos

Jamille Stephanie Sales Azevedo Adaes na delegacia de Lavras (Foto: Jornal de Lavras)

 

.

 @jornaldelavras     @jornaldelavras   (35) 99925.5481

A Polícia Civil de Lavras concluiu ontem, quinta-feira, dia 19, o inquérito do caso Jamille Stephanie Sales Azevedo, de 22 anos. A PC concluiu que "a narrativa apresentada inicialmente por Jamille foi fictícia e, em razão disso, ela deixou de figurar como vítima de tentativa de subtração de menor e injúria racial e foi indiciada pelo crime de denunciação criminosa".

Na tarde de hoje, sexta-feira, dia 20, os delegados Marcelo Vilela Guerra e Ailton Pereira darão uma coletiva às 15h para a imprensa.

 

Relembre o caso:

Jamille publicou nas redes sociais no dia 27 de junho deste ano que havia passado por momentos de angústia e agonia na noite anterior, dia 26, em uma parada de ônibus no Graal, conhecido como "Graal de Perdões", na divisa de Lavras com Ribeirão Vermelho.

Jamille, que é negra e tem um relacionamento com um homem branco, tem uma filha branca e, segundo ela, quando viajava de São Paulo para Belo Horizonte com sua filha de um ano e cinco meses, regressando de um encontro com o marido em São Paulo, desceu com a criança para lanchar no Graal. Antes, porém, segundo ela, foi ao banheiro, quando uma mulher branca aproximou da criança e estendeu a mão para ela e começou a brincar com a menina, Jamille disse que viu e não se importou.

Ainda de acordo com Jamille, a mulher que brincava com a criança, repentinamente, começou a gritar: "essa filha é minha!", "essa filha é minha!", "essa filha é minha!", chamando a atenção de todos que estavam na parada. Jamille disse que pegou a criança no colo, quando uma funcionária da lanchonete aproximou e perguntou a mulher que gritava: "essa preta aí pegou sua filha?"

De acordo com o relato de Jamile, a  partir daí, ela passou a viver o temor de perder a filha, isso porque todos começaram a questionar se realmente ela era a mãe da menina, já que ela é negra e a filha branca. Jamille narrou também que a mulher que gritava, tirou da bolsa uma certidão de nascimento de uma menina de nome Jéssica, de 1 ano e 8 meses, e apresentou como sendo a certidão da filha de Jamille.

Ainda de acordo com Jamille, a mulher, após apresentar a certidão, começou a gritar mais alto e acusar Jamille de sequestradora. Segundo Jamile, a funcionária da lanchonete tomou a criança dos seus braços e entregou para a mulher. Segundo ela, a funcionária disse que a menina jamais poderia ser filha dela, pois ela é branca e Jamille negra.

Segundo sua narrativa na rede Facebook, três outros funcionários da lanchonete do Graal, sendo uma mulher e um homem, ajudaram arrancar a criança dos seus braços e entregaram para a mulher. Ela disse ainda que a mulher chegou a colocar sua filha dentro do carro e a posicionou em uma cadeirinha de bebê. Jamille contou também que o motorista do ônibus a perguntou como ela havia embarcado em São Paulo sem apresentar a documentação da menina, foi quando, segundo Jamille, lembrou que a identidade da criança estava em sua bolsa e mostrou para várias pessoas todos os documentos, além de um vídeo do parto que estava no seu celular.

Ainda de acordo com sua postagem, depois de apresentar a documentação e o vídeo, ela conseguiu pegar a criança de volta. Jamille disse também que tentou registrar um boletim de ocorrência, porém, o motorista disse que não podia ficar mais e teria que seguir viagem. Segundo ela, temendo pelo que aconteceria se ficasse, foi embora sem fazer o registro.

O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira, dia 28 de junho na Delegacia da Mulher de Betim. Jamille relatou em sua página do Facebook: "Eu me vi perdendo a minha filha simplesmente por eu ser negra e ela não. Não teve uma pessoa que pensou que ela poderia ter descendentes brancos, que o pai poderia ser branco? Tiraram minha filha do meu colo, deram nas mãos de outra mulher e falaram que eu era sequestradora de crianças. Certamente, se eu não tivesse como provar com os documentos, eu tinha perdido ela", publicou.

 

Sobre a investigação:

O delegado Ailton Pereira, da Polícia Civil de Lavras, ficou encarregado da apuração do caso e, segundo ele, a história de Jamille foi inventada. Ele teve acesso às imagens das câmeras de vídeo monitoramento do Graal, tanto da parte interna quanto externa. Em nenhum momento Jamille foi ao banheiro, como ela havia dito. Outro fato curioso e que chamou a atenção da polícia, é que nas imagens no interior do Graal, Jamille circula tranquilamente com sua filha e dois policiais militares fardados aparecem nas imagens, mas em momento algum foram acionados ou perceberam nada de estranho no local.

O delegado Ailton Pereira ouviu diversas pessoas que estavam no Graal naquela noite e ninguém viu nada de anormal. O Instituto de Criminalística fez um croqui de todos os passos de Jamille no interior e exterior do Graal, e não existe nenhuma evidência de que a história seja verdadeira.

O caso Jamille ficou conhecido em todo o Brasil depois que ela participou do programa Encontro com Fátima Bernardes, onde confirmou sua história.

No dia 11 de julho, Jamille esteve em Lavras acompanhada de seu advogado Marcelo Machado, ela  prestou depoimento ao delegado Ailton Pereira, negando que ocorreu uma tentativa de sequestro de sua filha de um ano e cinco meses. Segundo ela, a postagem partiu de um perfil fake do Facebook. Jamille negou toda a parte da história de que uma mulher, suposta sequestradora, havia mostrado uma certidão de nascimento de uma criança de um ano e oito meses, alegando que o documento era da menina, a filha de Jamille.

Ela, em seu depoimento, disse que o que aconteceu de fato, foi que uma funcionária do Graal agarrou sua filha no banheiro e foi entregar a uma terceira pessoa, uma mulher branca, que também estava no banheiro, foi quando ela disse: "larga a menina que a filha é minha", e teve que se identificar como mãe. Ela disse que essa mulher branca que estava no banheiro confirmou à funcionária que a filha realmente não era dela, e foi isso que aconteceu.

Jamille disse ainda que seu advogado já havia formalizado uma denúncia de crime cibernético porque o Facebook que fez a denúncia não era dela.

Durante estada em Lavras, ela foi questionada pela reportagem do Jornal de Lavras sobre suas declarações ao programa da Rede Globo, comandado pela jornalista Fátima Bernardes, onde ela confirmou a primeira versão, a do sequestro. Na ocasião, ela respondeu dizendo que, quando chegou ao estúdio de gravação conversou com a jornalista e disse que o perfil nas redes sociais não era dela, mas um fake, porém, segundo Jamille, a jornalista disse que o formato do programa já estava pronto e que ela teria que falar sobre o drama que supostamente viveu mesmo não tendo sido real. Jamille disse que concordou, mas disse que mencionaria os perfis falsos com seu nome.

Para a reportagem do Jornal de Lavras, Jamille disse ainda que existia indícios de que o perfil tenha sido feito por alguém de sua família. Perguntada pelo Jornal de Lavras sobre as entrevistas que deu aos jornais mineiros, confirmando a história tal como estava no Facebook, ela não quis responder.

Apesar de Jamille ter contestado a postagem na internet, o boletim de ocorrência feito por ela na terça-feira, dia 27, um dia depois do acontecido, na Delegacia de Betim, cidade onde mora, tem as mesmas informações do post do Facebook. Segundo o documento, ela teria afirmado que foi ao banheiro do estabelecimento, quando uma mulher pegou a criança dizendo que a mesma era filha dela, gritando: "solta minha filha", narrando todo o drama de um quase sequestro.

No dia 11 de julho em Lavras ela negou isso, e disse que entregou ao delegado Ailton Pereira endereços de testemunhas do caso. Sobre as declarações dos funcionários do Graal de Ribeirão Vermelho, conhecido como Graal de Perdões, de que não existiu nada do que ela disse, Jamille respondeu: "você acha que um funcionário vai contra a empresa que trabalha?", finalizou.

 

Mais sobre o caso:

.
.
www.jornaldelavras.com.br
A informação a um click de você 


 

Voltar Envie para um amigo


 www.jornaldelavras.com.br
A informação a um click de você
WhatsApp: (35) 9 9925-5481
Instagram e Facebook: @jornaldelavras