Foragido Vantuir Gabriel Dias, acusado de ter cometido um crime que ganhou a mídia nacional, foi preso na noite de onte na BR-381, em Perdões, pela Polícia Rodoviária Federal

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF), do posto de Perdões, prendeu na noite de ontem um homem procurado pela justiça por ter cometido um crime que teve repercussão em nível nacional. O crime foi cometido em 1989, em Poços de Caldas e ficou conhecido como "crime do saco preto", isso porque homens da limpeza pública da cidade turística de Poços de Caldas encontraram, no dia 25 de maio de 1989, sacos de lixo com 18 pedaços de um corpo humano.

Os federais pararam no km 679 um ônibus na noite de ontem, a abordagem foi por volta de 20h, um dos passageiros foi identificado como sendo Vantuir Gabriel Dias. Os agentes da PRF consultaram o sistema informatizado e descobriram que contra ele havia um mandado de prisão expedido pela justiça de Poços de Caldas, ele recebeu voz de prisão e foi trazido para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (Depol), de Lavras, onde foi preso e será encaminhado para Poços de Caldas.

O "Crime do saco preto"

Há 28 anos um crime ficou conhecido em todo o país como o "crime do saco preto", foi em 1989, em Poços de Caldas, quando homens da limpeza pública encontraram 18 pedaços de um corpo humano em sacos plásticos, não foram encontrados apenas a cabeça, os pés e as mãos. De acordo com a apuração do crime, a vítima era Geraldo Caetano de Jesus, na época com 25 anos.

Geraldo Caetano era acusado de ter matado Walmir Gabriel Dias, em Conceição do Pará (MG), em 1987, mas foi absolvido. Na época, o irmão de Walmir, Vantuir Gabriel Dias, teria jurado vingança e declarado a todos os presentes que mataria Geraldo Caetano de Jesus, "fazendo picadinho" dele.

No dia 22 de maio de 1989, Geraldo desaparece de Santana do Prado, distrito de Pitangui (MG), onde estava morando. Testemunhas teriam dito à polícia que três homens em um Opala teriam obrigado o jovem a entrar no carro e, desde então, não se tinha notícia de seu paradeiro. Na ocasião, a família de Jesus apontava os parentes de Walmir como culpados pelo sumiço. 

Três dias depois, os pedaços de um corpo foram encontrados em Poços de Caldas. Com a repercussão da notícia do crime do saco preto, irmãos de Jesus foram a Poços de Caldas e reconhecem os pedaços do corpo no necrotério como sendo de seu irmão.

Vantuir Gabriel Dias foi capturado em Belo Horizonte. Outras duas pessoas foram detidas, mas Vantuir assumiu sozinho a autoria do crime, confirmando que os pedaços de corpo humano encontrados em Poços eram mesmo de Jesus.  Posteriormente foi apurado que o executor do crime teria sido Luiz Coutinho dos Santos, contratado por Vantuir Dias. No desenrolar do inquérito, Vantuir voltou atrás em suas declarações. Chegou a dizer que Jesus havia sido executado em Ribeirão das Neves e que o corpo encontrado em Poços não poderia ser dele.

Em 1994 a ossada foi exumada e transferida para o ossário do cemitério de Belo Horizonte. Na época não existiam tão facilmente exames de DNA, motivo pelo qual não há material para que se comprove a identidade da vítima.

Em abril de 2012, após 22 anos, dois acusados pela morte de Geraldo Caetano de Jesus, na época com 25 anos, foram a júri popular e condenados. Vantuir Gabriel Dias e Luiz Coutinho dos Santos receberam pena de 19 anos, dois meses e 12 dias de reclusão, cada um. Porém ambos puderam recorrer da sentença em liberdade. Depois disso, Vantuir desapareceu, mas foi preso ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e trazido para Lavras.