Equipamento que foi entregue a Polícia Militar (Foto: PM Oliveira). Abaixo, o Coronel Claret

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A administração municipal investiu pesado em publicidade este mês, com propagandas numa emissora de TV regional e a distribuição de mais um jornal, o segundo em 22 meses de governo. Alguns pontos foram questionados pela população, como 750 cirurgias realizadas, o que significa mais de 1,1 cirurgia por dia, além desses números outros também foram motivos de questionamento da população.

Uma informação que também levantou dúvidas foi a aquisição do Drone para a Polícia Militar, que foi mostrada no jornal informativo como feito da atual administração. O coronel Antônio Claret dos Santos, que na época comandava o 8º Batalhão e foi o idealizador do projeto, falou à Reportagem do Jornal de Lavras. Segundo ele, tudo começou com um projeto, juntamente com o professor Paulo Bermejo, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), e criaram uma plataforma na internet, que permitia o cidadão a contribuir com ideias para melhorar a segurança pública de sua cidade e instituíram o "Premio Ideia Cidade Segura".

Ainda de acordo com o coronel Claret, esta foi a primeira vez que uma Polícia Militar no Brasil virou para cidadão e disse: "cidadão, como você quer ver a segurança de sua cidade, participe". Segundo ele, receberam milhares de ideias e muitas ele conseguiu colocar em prática, como a Rede de Repúblicas Protegidas. Uma ideia enviada por um jovem de Juiz de Fora chamou sua atenção: ele sugeriu o uso do Drone na segurança pública.

O militar, que hoje está na reserva, contou que já passava de 22h e mesmo assim ligou para o então prefeito Marcos Cherem e falou da sugestão do jovem de Juiz de Fora, ele disse ao ex-prefeito que havia pesquisado e que Lavras seria a primeira cidade do Brasil a utilizar um veículo aéreo não tripulado em policiamento. De acordo com ele, o então prefeito disse: "te espero amanhã às 9 horas e você traz o projeto".

Diante disso correu para o computador e trabalhou até às 4h da madrugada elaborando o projeto, que levou ao gabinete do então prefeito Marcos Cherem, que leu, também gostou da ideia e falou: "na segunda-feira você vai comigo a Câmara, teremos uma reunião extraordinária para votação deste projeto". Contou que a Câmara aprovou o projeto e também uma verba significativa para o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), pois naquele ano o Governo Estadual não havia ainda fornecido as cartilhas para o Proerd, e o militar incluiu no pedido uma verba para o projeto não "morrer".

Pouco tempo depois o prefeito foi cassado e ele foi obrigado a renegociar com a nova gestão aquilo que já era lei aprovada pela Câmara. Ele disse: "graças às amizades que possuímos com várias pessoas de bem em nossa cidade, em dezembro de 2014, assinamos o convênio e adquirimos o Drone. Em janeiro de 2015 já éramos notícia em vários jornais do país, e Lavras passou a ser visitada não só por outras polícias, mas por outras prefeituras também".

Ele disse ainda que a verba que seria destinada ao Proerd, que para ele era tão importante quanto o Drone, enquanto foi comandante ela não foi repassada pela atual administração.