Cruzeiro do Alto da Pedreira, neste local foi montado o cadafalso, lá existia uma grande árvore que teve um de seus galhos usado para enforcar Joaquim Congo (Foto: Google)
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Há exatamente 177 anos, os moradores da pequena e recém-criada Vila de Lavras assistiam a um espetáculo de horror, a execução de uma pessoa que foi condenada pelas leis do Império do Brasil a morte por enforcamento. Esta foi a única execução amparada por lei acontecida em Lavras.
É enforcado neste dia o réu Joaquim Congo, escravo pertencente a herança de José Pimenta, de 28 anos de idade, sendo a única execução acontecida em Lavras, foi no alto da Pedreira, onde hoje se localiza um cruzeiro.
Na manhã do dia 5 de dezembro de 1838 o fazendeiro José Pimenta castigara severamente o seu escravo Joaquim Congo, por não achar seus serviços satisfatórios.
Na tarde do mesmo dia, o escravo, aproveitando um momento de descuido de seu senhor, desferiu com o olho da enxada em que trabalhava uma forte pancada em sua cabeça; não se contentando continuou a bater até desfigurar sua vítima.
Mais tarde foi capturado e conduzido à cadeia, sendo entregue a guarda e responsabilidade do carcereiro Jerônymo Francisco Guimarães. Joaquim Congo aguardou mais 6 meses na cadeia até ser executado.
Não foi o temível carrasco Fortunato José o executor da sentença máxima cumprida na Vila de Lavras. Em documentos do Arquivo Público Mineiro, onde o algoz enumera uma folha repleta de serviços prestados à justiça dos homens, relatando os locais de suas 87 execuções, em momento algum menciona Lavras como cidade em que prestou serviço e sim, como sua terra natal.
Fortunato José, o mais temível dos executores, segundo os documentos do Arquivo Público Mineiro, era natural da freguesia da Vila de Lavras do Funil, e escravo de Custódia Paiva, viúva de João de Paiva. Condenado à pena máxima aos 25 anos de idade, por ter matado a porretadas sua senhora, dona Custódia Paiva, teve sua pena comutada em prisão perpétua, mediante o compromisso de servir de carrasco, o que exerceu por 44 anos.
O mais provável é que o executor de Joaquim Congo tenha sido Antônio Resende, carrasco que residia em São João Del-Rei e que, eventualmente substituía Fortunato José, o "medonho algoz", como era conhecido por todo Império.
Única fotografia do carrasco Fortunato José, em seu leito de morte na cadeia de Ouro Preto (Foto: Arquivo Público Mineiro)
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