Médico Marcos Cherem, autor dos artigos que o Jornal de Lavras reproduziu com sua autorização (Foto de participação em congresso da área da saúde, extraída do Facebook)

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Os casos de gripe H1N1 em Lavras geraram na população uma corrida aos hospitais, clínicas e aos postos de vacinação, como aconteceu na quinta e sexta-feira, 14 e 15, respectivamente, quando foram ministradas 9 mil doses nas pessoas que fazem parte dos grupos de risco. A morte de um servidor público municipal aposentado, morador do bairro São Vicente, provocou um pânico na população, apesar das autoridades de saúde insistirem que não há motivo para tal.

A falta de conhecimento das pessoas e a tentativa de mascarar, esconder e dificultar acesso a dados, como o caso da morte do servidor aposentado, quando recebemos uma ligação telefônica de um servidor da área da saúde da Prefeitura de Lavras, mais precisamente da Vigilância em Saúde, subordinado ao secretário de Saúde, José Mourão Lasmar, que de forma intransigente disse: "exijo a retirada imediata da matéria do ar, ela está causando pânico na população", cria uma névoa que dificulta o acesso à realidade.

O Jornal de Lavras insiste na linha de que com saúde pública não se faz política e nem politicagem, por isso, ignoramos a "exigência" do servidor da área da saúde e mantivemos no ar, em respeito aos lavrenses, a matéria: "Exame confirma que morte ocorrida em Lavras foi pelo H1N1", clique AQUI para acessar.

Na busca por mais informações sobre a gripe H1N1, encontramos no Facebook do médico lavrense Marcos Cherem, importantes esclarecimentos sobre a Gripe A e Gripe B. Com a autorização do profissional reproduzimos os dois artigos por acharmos que eles são esclarecedores e oportunos para o momento. Seguem na íntegra:

Gripe B

Com a suspeita de acometimento e morte de crianças pelo vírus Influenza B (Gripe B), convém esclarecer dúvidas que têm surgido sobre essa infecção, que é diferente da Gripe A (H1N1).

A Gripe B acomete somente humanos, ao contrário da Gripe A que também afeta, por exemplo, aves e suínos. Por isso a Gripe A espalha-se mais facilmente pela natureza e causa, com muito mais frequencia, as epidemias como a que estamos vendo hoje no Brasil.

Ambos os vírus são cobertos pela vacina anual (trivalente e tetravalente).

Como as vacinas oferecem uma cobertura de aproximadamente 8 meses de imunidade e os vírus responsáveis pelas Gripes sofrem mutações frequentes, é necessário vacinar-se anualmente, preferencialmente no início do outono, como agora.

Todos os vírus de Gripe podem facilitar o desenvolvimento de Pneumonias Virais ou Bacterianas.

Os sintomas da Gripe B são os mesmos de outras gripes: febre, tosse, dores de cabeça e dores musculares, mal estar geral. Ocasionalmente aparece coriza (secreção nasal).

Caso qualquer pessoa apresente falta de ar persistente e febre alta, especialmente por mais de 24-36 horas, deve procurar atendimento médico imediato.

Em casos raros, mas potencialmente fatais, a Gripe B acomete o músculo do coração, causando uma Miocardite, patologia que faz com que o coração não consiga bombear o sangue adequadamente, podendo levar a edema pulmonar, arritmias e morte súbita. Também pode ocorrer Encefalite, inflamação do cérebro, que pode levar a convulsões, desequilíbrio, alterações visuais, entre outras.

As complicações da Gripe B são mais comuns em crianças, sendo esse um fator de preocupação.

O tratamento é sintomático, especialmente com analgésicos e antitérmicos e pode ser usado o Tamiflú (fosfato de oseltamivir), principalmente nas primeiras 48 horas após início dos sintomas.

A prevenção é a mesma de outras gripes: lavar bem as mãos ou usar álcool gel, vacinar-se anualmente e evitar contato com pessoas gripadas.

Na dúvida, procurar imediatamente atendimento médico, pois cada caso pode ser avaliado individualmente.

Gripe A

A Gripe A (Vírus H1N1) está reaparecendo em maior número, especialmente aqui na região Sudeste, causando internações por insuficiência respiratória e até mortes.

O subtipo do vírus influenza A H1N1 é resultado da combinação de outros vírus como o da gripe aviária, do vírus da gripe suína e do vírus humano da gripe.

Sua forma de transmissão é principalmente de pessoa para pessoa através de secreções respiratórias, partículas de saliva, tosse ou espirros.

Os sintomas iniciais são semelhantes aos da gripe comum: febre repentina acima de 38°C, coriza, tosse e dor de garganta, dores de cabeça, dores musculares. Algumas pessoas apresentam dores nas articulações, diarreia e vômitos.

Nos casos mais complicados desenvolve-se grande dificuldade respiratória, necessitando-se tratamento hospitalar, inclusive em UTI se necessário.

Os maiores riscos de complicações graves são em diabéticos, fumantes, idosos e crianças.

Os adultos/idosos costumam transmitir a doença para outros no período de 7 dias após o aparecimento dos sintomas. Nas crianças, este período vai de 2 dias antes até 14 dias após aparecerem os sintomas.

O tratamento é feito com uso de medicamento Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu), que se iniciado nas primeiras 48 horas após aparecerem os sintomas tem melhores chances de sucesso.

A vacinação anual é uma das melhores formas de prevenção da Gripe H1N1, além de cuidados de Higiene:
- Lavar bem as mãos com água e sabão e utilizar álcool gel se necessário
- Evitar colocar as mãos nos olhos, boca e nariz após contato com superfícies potencialmente contaminadas
- Cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar
- Evitar locais fechados e com muitas pessoas presentes
- Evitar beber água em bebedouros públicos

No caso de sintomas, procurar atendimento médico precoce é a melhor alternativa.

Artigos extraídos do Facebook do médico Marcos Cherem e reproduzidos com sua autorização