Jardim Municipal de Lavras, fotografia tirada da igreja Matriz de Sant'Anna, hoje igreja do Rosário, em 1906, quando foi inaugurada (Foto de domínio público)

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Há 107 anos a cidade de Lavras vivia um dia de grande realização, no dia 29 de novembro de 1908, era inaugurado o Jardim da Praça Municipal, hoje praça Augusto Silva. O jardim, como era chamado a praça, foi projetada pelo português Bernardino Maceira, na administração de Pedro Salles.

Curiosamente, amanhã, segunda-feira, dia 30, faz 79 anos que o paisagista e técnico em jardins Júlio R. Steinmetz entregava ao coronel Pedro Salles, prefeito de Lavras, no dia 30 de novembro de 1936 o projeto de reforma da praça Dr. Augusto Silva, onde propõe entre outras, a construção de um tanque central, com 8 metros de comprimento por 5 de largura. O projeto da reforma da praça Dr. Augusto Silva foi elaborado no Rio de Janeiro.

O coronel Pedro Salles foi responsável pela criação da praça e pela reforma que deu a ela a mesma forma em que se encontra hoje, com lago, escadarias e arborização. Muitas árvores que existem hoje naquela praça foram plantadas na gestão de Pedro Salles.

Pedro Salles foi prefeito de Lavras quatro vezes, a primeira gestão foi de 1905 a 1909, quando construiu o Jardim Municipal. Depois ele comandou a cidade de 1912 a 1915, voltando ao poder em 1928 a 1929 e finalmente de 1935 a 1939.

Pedro Salles foi responsável também por uma grande obra, a iluminação elétrica em Lavras, foi ele quem trouxe a energia elétrica para Lavras. A inauguração foi no dia 24 de julho de 1909, o trabalho elaborado pela Siemens-Schuckertweke e sob a responsabilidade do engenheiro Henrique Bettex, pela quantia de 114.500 marcos, conforme contrato assinado em 12 de agosto de 1907.

Às 19 horas daquela memorável noite de 24 de julho, um grande número de populares se concentrou em frente à Distribuidora, onde hoje é o prédio do INSS, para assistir à inauguração da luz elétrica, que para muitos ainda era desconhecida.

Usaram da palavra o Dr. Álvaro Augusto de Andrade Botelho, Thomaz de Mello e o agente executivo municipal responsável pelo empreendimento, o coronel Pedro Salles. Em seguida, foi acionado o mecanismo pelas mãos de Álvaro Botelho, Alberto Luz, Zoroastro Alvarenga e Pedro Salles, que acenderam às lâmpadas, iluminando a pequena Lavras do início do século.

Logo após a solenidade, os populares organizaram uma ruidosa manifestação espontânea, saudando o coronel Pedro Salles e também o capitão Manoel Antônio dos Reis, por haver cedido as terras para a construção da casa das máquinas e uma cachoeira no rio do Cervo, onde foi construída a famosa usina do Queima Capote, que tinha a capacidade de 480 HP.