Os trilheiros do Lavras + Off-Road 

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O jornalista e escritor pernambucano Nelson Rodrigues é conhecido, entre outros, por suas frases polêmicas, como: "Toda mulher gosta de apanhar, o homem é que não gosta de bater", "Toda unanimidade é burra", "No Brasil quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte" e "Mineiro só é solidário no câncer". Estas e outras, nada menos que mil frases, conhecidas e não conhecidas, estão no livro "Flor de Obsessão".

Não vamos ousar contestar o grande teatrólogo, escritor e jornalista, mas em pelo menos uma, vamos arriscar, a de que "Mineiro só é solidário no câncer". Uma prova disso é a tragédia que abateu sobre os distritos de Mariana, por qual toda Minas Gerais se solidarizou com aquele povo, tanto devido às vidas perdidas,  quanto pelos danos materiais e danos ambientais.

A tragédia de Mariana sensibilizou os mineiros e isso nos deu coragem para ousar contestar Nelson Rodrigues, pelo menos no que tange a falta de solidariedade mineira. O povo marianense se manteve de pé graças à solidariedade dos brasileiros e, sobretudo do povo mineiro.

O lavrense não ficou fora disso e os integrantes do grupo de trilheiros Lavras + Off-Road, conhecido não apenas pelas loucuras que fazem onde não existem estradas, mas pelo espírito caritativo que sempre demonstra em todas as competições que realizam associando a uma causa beneficente, foi às ruas pedir ajuda para as vítimas da maior tragédia ambiental da história de Minas.

O povo lavrense, como sempre, abraça todas as causas solidárias, principalmente quando pessoas como os integrantes da Lavras + Off-Road, conhecidas por estar sempre envolvidas em causas sociais, recorre a ele pendido ajuda. Os lavrenses acataram com bom grado ao apelo dos trilheiros e doaram roupas, calçados, alimentos, água mineral e outros produtos. Até os animais não foram esquecidos pelos trilheiros, eles arrecadaram também ração para cães e gatos, tudo chega a encher um caminhão, que será levado esta semana para Mariana e será entregue a outro grupo de trilheiros daquela cidade, que comungam, além das loucuras deles, com o espírito solidário.

Os trilheiros de Mariana farão a distribuição para as famílias afetadas pela lama da barragem de rejeitos da mineradora. Os marianenses podem e devem chorar pelas vidas perdidas, pelos danos materiais e ambientais, por uma história que foi carregada pela lama, mas uma coisa eles vão falar um dia: "não fomos desamparados pelo povo mineiro".  

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