Alunos do curso de Engenharia do Unilavras conheceram as obras do Jardim Central Park (Fotos: Adriano Salgado)

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Alunos do 8º e 10º períodos do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Lavras (Unilavras) participaram na tarde de quinta-feira, dia 12, de visitação às obras do complexo Jardim Central Park, do Grupo CAP, na região central de Lavras. Ao todo, 70 estudantes, divididos em sete turmas de dez alunos cada, participaram de uma aula prática dentro da disciplina Projeto de Trabalho e Ergonomia, sob a responsabilidade da professora e fisioterapeuta Débora Galdino Alves.

O objetivo foi avaliar in loco as diversas ações desempenhadas pelos funcionários observando postura, condições de trabalho e quadro geral de saúde desses trabalhadores, tanto na parte física quanto na parte emocional. Os estudantes também realizaram entrevistas com os funcionários para colher impressões gerais dos operários. O resultado será apresentado depois em um seminário valendo ponto dentro da disciplina.

De acordo com a professora Débora, a ergonomia tem um papel fundamental dentro da engenharia, já que as condições de trabalho têm reflexo direto no resultado final de qualquer empreendimento. "O objetivo de trazer os estudantes, é mostrar para esses futuros engenheiros que uma obra não é simplesmente estrutura, concreto e tijolo, essa visão global. Tem também o ser humano, a pessoa que está inserida no processo", explica a professora.

Débora ressalta que a Ergonomia tem como foco a prevenção de lesões, a qualidade de vida do trabalhador, o que reflete nos prazos de execução da obra e até na rentabilidade das empresas. "Trabalhador satisfeito rende mais, erra menos, tira menos licença. A meta é prevenir as lesões mais comuns, como tendinite nos ombros, hérnia de disco, artrose nos quadris, que são situações que podem até levar a incapacitação do trabalhador, pode gerar faltas ao trabalho, licença ou até mesmo processos judiciais", argumenta.

A professora ficou surpresa com o que viu e ouviu dos trabalhadores no Jardim Central Park. "Na parte física eles estão muito bem, estão em condições ideais para cumprir suas atividades. Na parte emocional, excelente, sem stress, satisfeitos em estarem trabalhando nesta obra. Isso ficou evidente nas entrevistas. Para os alunos, oportunidades de poder ter acesso a uma obra deste porte são raras. Geralmente as empresas têm restrições quanto a isso, muitos têm até medo. Aqui fomos muito bem recebidos pelo engenheiro Luis e pelo Fábio, responsável pela segurança do trabalho. Temos só o que agradecer", destacou Débora.

Para o técnico em Segurança do Trabalho do empreendimento, Fábio Rodrigues dos Santos, os resultados positivos refletem a preocupação do grupo com o trabalhador. "Todos os funcionários passam por uma bateria de exames que leva uns três dias até que sejam considerados aptos ao trabalho. Em seguida, passam por treinamento em segurança do trabalho específico para cada atividade, recebe todo o equipamento de segurança e só então é liberado para o serviço", explica Fábio.

Ele ressalta ainda que a ergonomia é parte integrante quando se fala e segurança do trabalho, sendo voltada à parte física do trabalhador. "Temos a preocupação de atender o que determina a legislação, desde equipamentos, proteções coletivas e condições de trabalho. Também estamos fiscalizando constantemente estes quesitos, não para punir, mas para conscientizar os trabalhadores sobre a importância desses cuidados. Temos 98% de acerto nesta obra, os 2% são aqueles que fogem do nosso controle, normal em qualquer empreendimento, seja por uma situação excepcional, seja por falha do próprio funcionário", finalizou.

Adriano Salgado para o Jornal de Lavras