Arquimedes de Abreu Filho
Arquimedes de Abreu, acusado de roubar e estuprar mulheres, sendo a maioria dentistas, na região metropolitana de Belo Horizonte e em Lavras, foi condenado a 82 anos de prisão. A decisão foi do juiz Milton Lívio Lemos, da 4ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, e está sujeita a recurso. Inicialmente, a pena deverá ser cumprida em regime fechado.
Possuidor de uma extensa ficha criminal com 16 páginas, Arquimedes foi preso em 1996 e cumpriu pena na cidade de Alfenas até o ano de 2000, ocasião em que liderou uma rebelião na cadeia daquela cidade. Na época ele fingiu ter sido atingido por um tiro. De alfenas ele foi transferido para o presídio de Unaí, na região Noroeste do Estado, onde permaneceu até 2005.
De Unaí, Arquimedes foi transferido para a Penitenciária Dutra Ladeira, em Neves, onde permaneceu até fevereiro deste ano, ganhando a liberdade condicional. Sua liberdade foi de fevereiro até o dia 11 de maio, quando foi preso pelo policial militar André Duarte, que estava a paisana e prendeu Arquimedes acreditando ser um assaltante. Arquimedes havia acabado de invadir um prédio no bairro Lagoa, em Ribeirão das Neves.
Ele chamou o morador por interfone dizendo que estava interessando em alugar um apartamento e pediu para entrar no prédio. A moradora abriu o portão e ainda mostrou um apartamento vago. Arquimedes aproveitou e invadiu o apartamento da vítima, no andar de baixo, já que ele estava aberto.
O marido da vítima estava em casa, deitado, com uma perna quebrada. Ele ouviu os gritos de socorro e começou a pedir ajuda. Arquimedes tentou fugir, mas foi parado pelo policial militar André Duarte, que estava de folga. Arquimedes apresentou a ele uma falsa carteira de identidade. O militar acionou uma radiopatrulha e os policiais reconheceram Arquimedes como sendo o maníaco procurado.
Desde sua prisão ele foi levado para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Enquanto aguarda recurso, ele vai permanecer preso. Durante a audiência de instrução, em setembro, dez testemunhas, sete vítimas e o acusado foram ouvidos. A oitava vítima foi ouvida em Lavras por carta precatória. Na audiência, ele entrou em contradição com o depoimento dado durante o período das investigações. Perante ao juiz ele afirmou que estuprou uma das vítimas e roubou as demais, enquanto para a polícia ele havia confessado a autoria de todos os crimes dos quais é acusado. As vítimas e as testemunhas confirmaram as denúncias.
De acordo com o Ministério Público, na maior parte dos casos, o acusado agendava atendimento odontológico no consultório das vítimas. Durante as consultas, ele as amarrava, roubava e as estuprava.