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Publicada em: 28/10/2015 07:27 - Atualizada em: 28/10/2015 11:14
Alerta de detecção automática de acidentes de trânsito é tema de pesquisa na Ufla
O dispositivo que está sendo criado e testado pode funcionar por meio de redes de comunicação capazes prover a troca de informações

Professor Luiz Henrique (à esq.) e Thiago conduziram, este ano, os testes no campus da Ufla (Foto: Ascom/Ufla)

 

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No ano passado foram pagos mais de 52 mil indenizações por morte em acidentes de trânsito no Brasil, além de quase 600 mil casos de invalidez, os dados são do seguro obrigatório de trânsito, o DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), os números chamaram a atenção de pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla). Motivados pelo dado estatístico, desencadeou-se pesquisas para desenvolver tecnologias capazes de reduzir o número de acidente automobilístico no país.

Uma delas resultou num sistema que pode alertar, de forma automática, motoristas sobre acidentes que tenham ocorrido em regiões próximas de onde estejam trafegando, o que faria com que o motorista tirasse o pé do acelerador reduzindo a velocidade, evitando assim possíveis engavetamentos, como acontecem frequentemente na Serra do Mar, Fernão Dias, Regis Bitencurt em dias de neblina, fato que já ceifou muitas vidas.

A proposta foi desenvolvida sob orientação do professor do Departamento de Ciência da Computação (DCC) Luiz Henrique Andrade Correia. Hoje mestre em Ciência da Computação, Thiago Carvalho Amarante trabalhou no projeto, que resultou em sua dissertação, defendida neste ano. Adaptando hardwares já existentes no mercado e desenvolvendo softwares específicos, ele criou e testou dispositivos que podem funcionar por meio de redes de comunicações capazes prover a troca de informações entre veículos e de veículos com infraestruturas fixas.

O trabalho comprovou a efetividade da seguinte situação: o dispositivo criado, quando instalado em um veículo, identifica que ele acabou de se acidentar e emite um sinal de alerta, que poderá ser captado dentro de um determinado raio geográfico (os experimentos foram com o raio de 1 quilômetro, mas essa extensão pode ser programada para outras dimensões). Um segundo veículo que entre nessa área (e tenha também o dispositivo instalado) receberá o sinal, podendo retransmiti-lo para outros veículos pelos quais passar. Há também a possibilidade de que os dispositivos desenvolvidos, se instalados em centrais ao longo da autopista, recebam o sinal e possam tornar o alerta disponível em sites na Internet. Todo esse sistema funcionaria por meio de Vanets (Vehicle Ad Hoc Networks).

Outros estudos já criaram aplicativos para dispositivos móveis que detectam acidentes e emitem alertas utilizando, por exemplo, mensagens de celular ou a rede 3G/4G, mas nenhum deles utiliza Vanets como meio de transmissão. A vantagem das Vanets é a comunicação mais ágil, automática. A particularidade do experimento conduzido na Ufla é que ele une a detecção automática do acidente e a emissão de alerta para outros motoristas, enquanto outros sistemas possuem apenas uma das duas funções.

Para testar a invenção, as simulações foram feitas no campus da Ufla, alcançando os resultados esperados pelos pesquisadores. O dispositivo desenvolvido, presente no carro, capta, por meio de sensores que já existem no veículo, informações que permitem identificar que o acidente ocorreu. São exemplos os sensores que apontam o acionamento doair bag ou uma desaceleração brusca do veículo. Em seguida, a transmissão do sinal ocorre de veículo para veículo, podendo também ocorrer de um veículo para uma central de monitoramento.

Se a ideia fosse colocada em prática nas rodovias, seria possível, por exemplo, que o cidadão, antes mesmo de sair para viagem, consultasse, on-line e em tempo real, a existência de acidentes em determinado trecho naquele momento. No entanto, o caminho para essa realidade não é breve.  Professor Luiz Henrique explica que suas pesquisas orientadas para esses objetivos começaram há cerca de quatro anos e continuam em andamento. "O investimento para que esses projetos se tornem realidade no país ainda é muito alto e depende de uma infraestrutura que envolveria diferentes atores da área pública e privada. Mas nosso desafio é desenvolver as pesquisas e produzir o conhecimento científico que poderá ser útil no futuro. Acredito que em até dez anos já tenhamos estruturas como essa em funcionamento", diz.

Para Thiago, o mais importante nos resultados obtidos é o indicativo de que muitas portas se abrem a outras informações possíveis de serem transmitidas por meio das Vanets. "O trabalho é uma boa demonstração de que, por exemplo, alertas podem ser emitidos quando ocorrerem violação de semáforo ou excesso de velocidade antes de uma curva, tudo para contribuir com o aumento da segurança no trânsito", avalia.

Atualmente, a equipe de pesquisa trabalha para tornar mais compacto o dispositivo desenvolvido por Thiago. Dois bolsistas de iniciação científica e outros dois estudantes de pós-graduação dão seguimento às atividades e evoluem nos resultados. "Há ainda um longo caminho a ser percorrido. Um dos desafios que o sistema terá, por exemplo, é o da segurança da informação. É necessário que existam meios de se garantir que a informação transmitida não seja corrompida e utilizada para fins indevidos."

A dissertação de Thiago deu prosseguimento ao trabalho de mestrado desenvolvido por Vladimir Píccolo Barcelos, também estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. O documento esteve entre os dez mais acessados do Repositório Institucional da Ufla no mês de agosto. Esses dados são divulgados mensalmente pela Biblioteca Universitária.

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