Do verde do alto da serra eles se lançam para a imensidão azul (Fotos: Clube Cordilheiras do Voo Livre)
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Desde os primórdios da humanidade o homem sonhava voar como os pássaros. Um mineiro conseguiu isso no início do século 20, antes dele, outro brasileiro, padre Bartolomeu Gusmão, inventou o balão, em 1705. Uma das formas de voar é de parapente, um voo solitário, silencioso, e que requer muita perícia do piloto.
Em Lavras existe um grupo de adeptos a este esporte, eles usam a serra da Bocaina para poder praticar seus voos, são profissionais liberais e empresários, que passam horas no céu, no silêncio e são privilegiados, eles nos vêem aqui embaixo como fazem os pássaros. Seus artefatos de voar também são coloridos, como a plumagem dos pássaros.
O grupo participa de campeonatos em diversas cidades brasileiras e se destacam, como no "Desafio Sudeste", que foi disputado em três cidades diferentes: Ilha do AR (SP), Castelo (ES) e Cambuquira (MG).
A primeira bateria foi realizada nos dias 11 e 12 de junho, na Ilha do Ar; a segunda, em Castelo, nos dias 19 e 20 de setembro; e a grande final, nos dias 10 a 12 de outubro, na instância hidromineral de Cambuquira.
Dois pilotos se destacaram: Pablo Rodarte e Marcelo Otto N. Penido, eles conquistaram a primeira e a terceira posição, respectivamente, no campeonato do "Desafio Sudeste Parapente 2015". A competição contou com a participação de mais de 200 pilotos divididos nas categorias Open, Sport e Feminino.
Segundo Otto Penido, que também foi terceiro lugar por equipes, conquistado pelos pilotos juntamente com a equipe brasileira no mundial realizado este ano, em Baixo Guandu (ES), explica que um campeonato de Voo Livre, nada mais é que uma corrida, com um trajeto determinado pela organização e passando por alguns pontos marcados pelo GPS. Normalmente o trajeto costuma ter entre 50 a 80 quilômetros de distância, dependendo da condição meteorológica.
Os pilotos são integrantes do Clube Cordilheiras do Voo Livre, que conta com aproximadamente 30 pilotos, tendo a serra da Bocaina como sítio de voo. A base de salto fica entre os municípios de Lavras e de Ingaí, por isso, os pilotos fazem questão de afirmar que o Clube é das duas cidades.
Os pilotos de parapente se destacam também pelo o espírito conservacionista, talvez por voar como os pássaros eles amam a natureza, eles usam a serra da Bocaina para alçar seus voos e fazem questão de preservá-la. Na última queimada eles também trabalharam para conter o fogo, foram voluntários, porém, até chegar ao local da queimada perdeu-se muito tempo, isso porque a estrada que dá acesso ao alto da serra não é conservada e isso é uma luta constante dos pilotos: a manutenção do acesso.
O Clube busca apoio da iniciativa privada para poder conseguir preservar o acesso e tem obtido algum sucesso, como o apoio da Bragança Engenharia, uma das maiores construtoras do Sul de Minas. Além dela, outras empresas tem ajudado o Clube.
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