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Publicada em: 02/08/2015 15:26 - Atualizada em: 02/08/2015 19:31
Religião e o Estado foi o tema da última coluna de Fábio Cherem para a imprensa mineira
O texto foi publicado no blog "Conversa e Política" e reproduzido em vários órgãos de imprensa

Deputado lavrense Fábio Cherem (Foto extraída de sua página do Facebook)

 

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O Brasil é um pais de grande diversidade religiosa, a população do Brasil é de origem cristã, com forte influência da cultura africana, trazida pelos escravos e até hoje seguida. As crenças religiosas são respeitadas e asseguradas pela Constituição Federal. Este assunto foi o tema abordado pelo deputado estadual Fábio Cherem em sua coluna publicada na última semana nos jornais mineiros e em seu blog. Confira:

 

Cidadania, Crença Religiosa e o Estado

O Brasil segue construindo sua democracia num clima de pluralidade racial e concepções religiosas que, de algum modo, resumem as manifestações místicas de culturas existentes no mundo inteiro. Notável em nosso país, até agora, é a coexistência pacifica entre crentes tão distintos.

Existe necessidade da construção de uma identidade religiosa padrão? Ou melhor, o Brasil do futuro construirá características gerais neste sentido? Em todo o mundo as tradições mobilizaram seus signos e símbolos com intenção de fixar de modo mais incisivo os valores de suas teologias. Analogamente, os antigos Estados Nacionais em suas constituições também adotaram signos de suas ideologias fundadoras com o objetivo de lembrar ao povo sobre valores que deveriam permear a vida civil, para além de credos particulares. Símbolos nacionais, como a bandeira, demonstram o espírito laicista idealizado pelos patriarcas da organização republicana, pois no cerne de nossa maior flâmula lemos do positivismo francês: Ordem e Progresso, como ressonância dos movimentos libertários ocorridos ao longo do século XIX.

Porém doutrinas religiosas notavelmente conservadoras vem crescendo no seio da sociedade brasileira atualmente, gerando confusão a respeito do papel do Estado, especialmente de nossos legisladores na câmara federal, por numerosos parlamentares que se auto identificam como bancada da Bíblia. Essa bancada representativa pela sua quantidade de representantes possui avançado grau de rigidez, diferente dos tolerantes credos asilados pelo país. Não se fala na defesa ou ampliação de princípios cidadãos amplos que inspiram uma sociedade pacífica – consequências da vivência de religiosidade autentica –, mas da criação de uma agenda política paralela à da Constituição Federal e tendente a segregações dolorosas sempre mais expostas com os avanços das mídias digitais. A temperança política sobre o assunto é importantíssima, sobretudo quando a diversidade cultural se fortalece através da característica popular de nossos governos federal e estadual de inclusão, que fomentam a participação mais ativa das minorias e de grupos relevantes para construção de políticas públicas.

O Cristianismo, enquanto matriz religiosa que detém o maior número de adeptos no Brasil – seja de origem católica ou protestante – apresenta faces tão diversificadas quanto são as habilidades e o "jeito-de-ser" da nossa comunidade brasileira. Pensar nas subdivisões institucionais entre as muitas ordens e igrejas espalhadas no território nacional, e em uma unidade formal para elas, seria o mesmo que crer que uma padronização política entre os diversos partidos seria positiva. Diferenças pacíficas de entendimento devem ser celebradas, não reprimidas.

Além da origem cristã de nossa nação, não se pode desconsiderar a herança cultural deixada por séculos de escravidão, ou ainda por tantos e tão distintos imigrantes, vindos de quase todo o mundo para as terras brasileiras em busca de oportunidades de uma vida nova e livre.

Não acredito que seja possível, ou desejável, uniformizar todas essas religiões sem prejuízos à rica e diversa identidade brasileira, com suas caracterizaras de calor emocional e brandura de convivência. A laicidade dos poderes nacionais é a garantia de que o sentimento religioso inato a toda criatura humana possa ser experimentado, aflorar em crenças e evoluir em prol da sociedade.

Definitivamente, não cabe ao Estado dizer qualquer coisa no que tange à religião. Não cabe aos legisladores promoverem agendas particulares de nenhum caráter, sob o argumento de defesa da Federação. A estrutura da máquina pública não deve ser utilizada para imposição de entendimentos, sejam alinhados ao conteúdo do Alcorão, do Baghavat-Gita ou da Bíblia! Os tempos passados já conheceram o peso do Estado como polícia de fé, e a humanidade sofreu as pesadas consequências de atuações purificadoras do poder instituído.

Diante desse verdadeiro celeiro de possibilidades e crenças, de cultos e interpretações existentes no Brasil, muito sensato e compreensível é que o Estado se norteie sem tendências e sem partidarismo no que se refere ao tema, ocupando-se da gestão de recursos que interessam ao progresso de todos e do estabelecimento de regras para sinalização do "bem proceder social", sempre no sentido universalista e respeitoso, de uma sociedade tolerante que acolhe a todos os credos, e ao longo do tempo embala, ensina e insere.

Estado laico não é o aquele que nega abrigo e respeito às religiões ou aos religiosos, sejam elas quais sejam. A Constituição Federal reserva a cada cidadão o direito de cultuar Deus ou as forças que sente e venera – ou a ausência destas – como bem lhe apraz – o que a nossa Democracia, por fundamento, tem o dever de preservar e defender".

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