Elias Freire Filho, assistente da Vara da Infância e Juventude. Foto: Jornal de Lavras
O combate ao avanço do crack deve liderar a lista de ações prioritárias na área da segurança pública de Lavras. Antes restrita aos grandes centros, a droga avançou para cidades pequenas e médias do interior. Chegou até mesmo ao campo. A dependência sempre leva à violência. Onde há crack, furtos e outros crimes são comuns, acompanhados da degradação urbana.
"As autoridades acordaram tarde demais para o problema", essa é a opinião do assistente da Vara da Infância e Juventude Elias Freire Filho, uma das pessoas mais preocupadas com o problema porque, segundo ele, vê diariamente mães chorando e pedindo ajuda para seus filhos.
"O crack está tomando conta em todas as classes sociais", disse Elias Freire Filho, que contou uma história trágica: no mês passado ele levou para uma clínica fora do Estado, um dependente para ser tratado, acontece que este dependente é um menino de 9 anos.
Elias faz um apelo aos pais para que monitore seus filhos antes que esta droga chegue até eles. "O crack vai destruir a sociedade se não fizermos alguma coisa", disse ele.
Segundo Elias, a droga age no sistema nervoso central, diretamente sobre os neurônios. Assim, as atividades motoras e sensoriais são superestimuladas. O crack provoca uma concentração anormal de dopamina, daí a sensação de euforia e poder excessivos. O efeito, entretanto, dura pouco. O crack é distribuído pelo organismo por meio da circulação sangüínea, "Há grande risco de vício já na primeira dose", alertou ele.