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Publicada em: 15/10/2015 19:03 - Atualizada em: 16/10/2015 10:41
Um evento histórico pouco conhecido dos mineiros: UMMG participou de solenidade em sua memória
A solenidade foi realizada em Passa Quatro

Uma história do Brasil em que Lavras faz parte neste capítulo (Fotos: Núcleo Regional da UMMG, em Lavras). Abaixo, fotos históricas (Fotos: auquivo do Jornal de Lavras)

 

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Com o objetivo de resgatar a memória das ações militares e políticas ocorridas nas Revoluções de 1930 e 1932, no município de Passa Quatro, a Prefeitura Municipal daquela cidade, em parceria com a União dos Militares de Minas Gerais (UMMG) e a Polícia Militar de Minas Gerais, promoveu no dia 3 de outubro, cerimônia de outorga da Medalha do Mérito Olegário Maciel para homenagear instituições e personalidades que tenham desenvolvido relevantes trabalhos a sociedade passaquatrense.

A concentração de civis e militares, celebração do Culto Ecumênico e a solenidade cívico-militar foram realizadas no calçadão próximo a Estação Ferroviária Central de Passa Quatro.

Encerrando a solenidade que foi aplaudida pela população do início ao fim do evento, a Guarda de Honra, composta pelos cadetes da Academia da Polícia Militar/Belo Horizonte, integrada por associados do Núcleo Regional da UMMG de Lavras, desfilou em continência ao Chefe do Estado Maior da PMMG e demais autoridades.

 

Revoluções de 30 e 32

Depois do golpe de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder, na Revolução de 1930, aumentou de forma considerável a insatisfação no estado de São Paulo. Vargas nomeou como interventor em São Paulo João Alberto, um tenente pernambucano, sua nomeação incomodou a elite paulista e o Partido Democrático se sentiu desprestigiado e exigiu sua deposição, em dois anos São Paulo teve cinco interventores. Getúlio Vargas concentrou poder ao nomear os interventores nos estados.

Em São Paulo era grande a insatisfação com o governo provisório de Getúlio Vargas. Os paulistas contavam com a realização de eleições, porém, dois anos se passaram e o governo provisório se mantinha. Os fazendeiros paulistas, que tinham perdido o poder após a revolução de 1930, eram os mais insatisfeitos e encabeçaram uma forte oposição ao governo Vargas. Também aderiram os estudantes universitários, comerciários e profissionais liberais.

A frente paulista exigia do governo provisório uma nova Constituição e a convocação imediata de eleições para escolher os presidentes dos Estados, como eram chamados os governadores naquela época.

Os paulistas também criticavam muito a forma autoritária com que Vargas vinha conduzindo a política do país. Queriam mais democracia e maior participação na vida política do Brasil. Vargas ignorou os apelos dos paulistas em maio de 1932 rompe uma série de manifestações populares de rua na capital paulista contrárias ao seu governo. Numa destas manifestações, houve forte reação policial, ocasionando a morte de quatro estudantes: Mário Martins de Almeida, Euclídes Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Camargo de Andrade.

As iniciais de Martins, Miragaia, Druasio e Camargo, formaram a sigla MMDC, que passou a representar uma organização civil clandestina que, entre outras atividades, oferecia treinamento militar à guerrilha paulista. No dia 9 de julho foi organizada na Praça da República, uma grande campanha de alistamento voluntário o que culminou na Revolução Constitucionalista de 1932.

Os paulistas contavam com a adesão dos mineiros e dos gaúchos, já que eles também eram apoiadores da constitucionalização, porém, decidiram se manter leais ao Governo Provisório, deixando São Paulo isolado. Uma luta sangrenta se travou no Sul de Minas, mais especificamente no setor do túnel da Mantiqueira, na cidade de Passa Quatro.

Mineiros enfrentando paulistas, uma luta de irmãos na qual quem perdeu foi o Brasil. Isolados, os paulistas não resistiram e o movimento fracassou. No dia primeiro de outubro de 1932, foi assinada a rendição que pôs fim à Revolução de 32.

Dois nomes marcaram sua passagem pelo front na cidade de Passa Quatro, um deles era capitão médico da Polícia Militar de Minas Gerais e que mais tarde seria presidente do Brasil: Juscelino Kubitschek e, o outro, um herói que tombou no setor do túnel dois dias depois de ter assumido o comando do 8º Batalhão de Caçadores Mineiros, hoje 8º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, que tem sede em Lavras. Coronel Fulgêncio de Souza Santos foi empossado comandante do 8º Batalhão no dia 11 de julho de 1932 e dois dias depois, no dia 13, ele morre no setor do Túnel em Passa Quatro por uma bala inimiga.

A história da Revolução de 1932 passa por Lavras, destacamos alguns pontos da história do município relacionada a este episódio. No dia 29 de agosto de 1932, o prefeito de Varginha, José Augusto Paiva, solicita do prefeito de Lavras, Manoel Augusto Silva, um empréstimo de oito tambores de gasolina para suprir as necessidades daquela cidade por um período de trinta dias. A falta do produto naquela progressista cidade, deveu-se ao constante abastecimento dos caminhões que serviam à Revolução de 32. O Prefeito de Lavras autorizou o empréstimo, sendo: 6 tambores adquiridos de Simão Kalil e 2 de João Arbex.

No dia 20 de maio de 1933, o secretário Carlos Prates, comunica através do ofício 12.433, que a Secretaria de Estado dos Negócios do Interior, liberou a quantia de 325 mil réis em favor da firma Botelho & Cia. Ltda., de Lavras, pelo aluguel de um caminhão marca "Rugby" que foi requisitado pelo Governo do Estado durante a Revolução de 9 de Julho, para transporte de tropas, armamentos, feridos e suprimentos para os soldados.

No dia 28 de fevereiro de 1934, pelo decreto 11.238 o interventor federal Benedito Valadares Ribeiro, deu por sede do 8º Batalhão de Caçadores Mineiros a cidade de Lavras. Em 21 de março chegava a Lavras o primeiro contingente que compunha esse batalhão, instalando-se definitivamente e foi célula do nosso 8º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais.

Também em 1934, no dia 30 de julho, foi celebrada na matriz de Sant'Anna uma missa solene em memória do coronel Fulgêncio de Souza Santos e seus intrépidos companheiros mortos no setor do "Túnel", em Passa Quatro, na revolução de 1932.

No dia 23 de outubro de 1936, são transladados para Belo Horizonte os restos mortais dos soldados tombados durante a Revolução de 1932 e que estavam depositados em 22 urnas guardadas dentro da igreja do Rosário. Neste dia foi decretado feriado municipal e uma missa solene foi celebrada pelo descanso das almas dos soldados mineiros mortos em combate na serra da Mantiqueira. Um cortejo foi preparado para levar as urnas até a Estação da Oeste, com um acompanhamento de várias autoridades e os estabelecimentos de ensino de Lavras se fizeram representar em toda a cerimônia fúnebre. Foi um dia de muita comoção em Lavras.

Em 1960, no dia 27 de maio, morre em Belo Horizonte aos 63 anos o lavrense Otacílio Negrão de Lima. Filho de João Nepomuceno Licas de Lima e de Maria das Dores de Lima, nasceu em 8 de abril de 1897, na Vila de Nepomuceno, município de Lavras. Fez seus estudos em Lavras e mais tarde transferiu-se para Belo Horizonte, tendo sido aluno de uma das primeiras turmas a se formar pela então Escola de Engenharia. Casou-se com a também lavrense Jenny Silveira Lima, filha de Theodoro Silveira e Carmelina Silveira. O casal não teve filhos.

Otacílio Negrão de Lima foi integrante da Polícia Militar de Minas Gerais, tendo participado ativamente da Revolução de 1930. Foi engenheiro da Prefeitura de Belo Horizonte e aos 38 anos, prefeito da capital mineira de 1935 a 1938. Foi responsável pela construção dos símbolos de Belo Horizonte: a barragem da Pampulha e o Minas Tênis Clube. 

Em 1946 foi convidado pelo general Eurico Gaspar Dutra para ocupar o Ministério do Trabalho. Foi deputado federal, estadual, voltou a ocupar a cadeira do executivo de Belo Horizonte de 1946 a 1951, foi empresário, fazendeiro, industrial e banqueiro. Criou o jornal "Diário de Minas" e fundou a "Cel. S/A de Engenharia da Força Pública de Minas Gerais".

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